Economia

Ibovespa segue Nova York e fecha em alta de 2,83%

O aumento do apetite por risco no mercado internacional acentuou a tendência de alta do Índice Bovespa, que fechou com ganho de 2,83% nesta terça-feira, 16, aos 85.717,56 pontos, na máxima do dia. O rali das bolsas de Nova York no período da tarde deu fôlego não apenas à bolsa brasileira, mas também às demais emergentes.

O Ibovespa operou em terreno positivo desde a abertura, período em que o mercado repercutiu mais intensamente os dados da mais recente pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo, que apontou para a consolidação da liderança de Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT). Dados conjunturais dos Estados Unidos, como os da produção industrial e os balanços corporativos, contribuíram para reforçar a tendência de alta ainda pela manhã. Mas as máximas do dia foram registradas à tarde, puxadas pela arrancada das bolsas americanas, em meio a críticas do presidente Donald Trump à política monetária do Federal Reserve.

“Os investidores estrangeiros foram destaque de compra no pregão e, ao que tudo indica, interromperam um movimento de realização de lucros que vinha se evidenciando nos últimos dias. Foram três pregões consecutivos de saídas líquidas – entre os dias 9 e 11 – que somaram quase R$ 800 milhões”, disse Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora. Nos últimos dias, observa, o investidor estrangeiro zerou suas posições compradas, num comportamento que pode indicar a iminência de uma realização de lucros.

O cenário eleitoral doméstico segue como uma das variáveis mais importantes para determinar os rumos do Ibovespa nas próximas semanas. As ações sensíveis a risco político tiveram desempenho destacado no pregão desta terça, quase todas com altas superiores à média. Banco do Brasil ON subiu 4,37% e Petrobras ON e PN ganharam 3,65% e 3,73%, respectivamente. Eletrobras ON e PNB avançaram 5,11% e 2,77%, nesta ordem.

Na análise setorial, a liderança do dia ficou como o Índice Imobiliário (IMOB), que subiu 4,48% no dia, à frente do Índice Financeiro (IFNC), que ganhou 3,71%. Já o Índice de Materiais Básicos (IMAT) teve desempenho mais fraco, com ganho de 1,30%, em boa parte influenciado pelo desempenho das ações da Vale, que ficaram próximas da estabilidade.

“A vitória de Bolsonaro – ou a derrota de Fernando Haddad – já está bastante precificada no mercado, o que sugere uma realização de lucros iminente. Além disso, os ativos internacionais não estão tão positivos assim, se olharmos os acumulados das últimas semanas. Mas o investidor ainda não viu um motivo para começar a vender”, disse um gerente de mesa de ações.

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