Economia

Juros futuros fecham em queda com relatório de inflação e cenário externo

Os juros futuros terminaram a sessão desta terça-feira, 27, em queda firme, influenciados pela leitura do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e da entrevista do diretor de Política Econômica, Carlos Viana, e pela melhora do apetite pelo risco no exterior. O mercado consolidou a percepção de que o ciclo de afrouxamento da Selic começará em outubro e a discussão agora é o tamanho do corte inicial. Os vencimentos longos tiveram ajuda extra da curva norte-americana, com declínio significativo do rendimento da T-Note de dez anos, e também da valorização das moedas emergentes firmada na etapa vespertina.

Ao término da negociação regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2017, com forte volume de 527.495 contratos negociados, fechou em 13,775%, de 13,825% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2018 (168.125 contratos) terminou em 12,15%, de 12,22%. O DI janeiro de 2019 (210.555 contratos) caiu de 11,66% para 11,56%. O DI janeiro de 2021 (142.250 contratos) terminou em 11,58%, de 11,73%.

Embora o BC tenha salientado que há dúvidas no processo de desinflação em curso, o mercado viu sinais importantes dados pela autoridade monetária de que há condições para o início do processo de distensão da Selic, hoje em 14,25%, já no mês que vem, com destaque para os próprios números trazidos pelo RTI. A projeção para o IPCA no cenário de referência é de 4,4%, abaixo do centro da meta de inflação de 4,5%, e no cenário de mercado, de 4,9%. Sobre a evolução recente da inflação desde a reunião de agosto do Copom, o diretor Carlos Viana disse que o “sinal mais claro” aconteceu na desaceleração dos preços de alimentos e na transmissão da desinflação de atacado para varejo.

Apesar do RTI considerado “dovish”, as apostas de uma queda da Selic em 0,25 ponto porcentual em outubro seguem majoritárias na curva a termo, com 80% de possibilidade, contra 20% de chance de uma redução de 0,50 ponto, segundo cálculos do economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano. No entanto, o mercado agora vê uma velocidade maior de queda da taxa básica nas reuniões de política monetária do primeiro trimestre de 2017, “quando a PEC dos gastos já deverá ter sido aprovada no Congresso”.

No exterior, um movimento de busca por segurança sustentava em baixa os yields dos Treasuries, o que ajudava os contratos longos a caírem. Além disso, o desempenho da candidata democrata, Hillary Clinton, à presidência dos EUA, no debate de ontem, agradou e aliviou o chamado “risco Trump”, favorecendo a busca por ativos de risco.

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