Após o déficit de US$ 717 milhões em agosto, o resultado das transações correntes ficou positivo em US$ 32 milhões em setembro deste ano, informou nesta quinta-feira, 25, o Banco Central. A instituição projetava para o mês passado déficit de US$ 600 milhões na conta corrente.
O número do mês passado ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 1,000 bilhão a superávit de US$ 1,360 bilhão (mediana positiva de US$ 200 milhões).
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 4,563 bilhões em setembro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,241 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 2,434 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 644 milhões.
No acumulado do ano até setembro, o rombo nas contas externas soma US$ 7,435 bilhões. A estimativa do BC, atualizada em setembro, é de déficit em conta corrente de US$ 14,3 bilhões em 2018.
Já nos 12 meses até setembro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 14,495 bilhões, o que representa 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB).
Lucros e dividendos
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 2,103 bilhões em setembro, informou o Banco Central. A saída líquida representa um volume maior que os US$ 1,257 bilhão que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.
No acumulado do ano, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 12,195 bilhões. A expectativa do BC é a de que a remessa de lucros e dividendos deste ano some US$ 20,5 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 344 milhões em setembro, ante US$ 777 milhões em igual mês do ano passado.
No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 13,450 bilhões. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros no valor de US$ 19,7 bilhões.
Viagens internacionais
A conta de viagens internacionais registrou novamente déficit em setembro, informou o Banco Central. No mês passado, quando o dólar recuou 3,18% ante o real (considerando a ptax), a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 816 milhões. Em igual mês de 2017, o déficit nessa conta foi de US$ 1,309 bilhão.
O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,189 bilhão em setembro, abaixo dos US$ 1,716 bilhão de um ano antes. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 373 milhões no mês passado, ante os US$ 407 milhões de setembro de 2017.
No ano até setembro, o saldo líquido dessa conta ficou negativo em US$ 9,362 bilhões. Para 2018, o BC estima um déficit de US$ 13,0 bilhões para esta rubrica, mais que os US$ 13,192 bilhões de déficit registrados em 2017.