Depois de exaltar Marta Suplicy no primeiro programa no horário eleitoral na TV do segundo turno, o prefeito e candidato a reeleição Bruno Covas (PSDB) foi às ruas neste sábado, 21, pela primeira vez ao lado da ex-prefeita. Covas aposta no apoio de Marta para conquistar votos na periferia, que também é disputada pelo candidato do PSOL, Guilherme Boulos.
Por medida de segurança em virtude da pandemia do novo coronavírus, Marta, 75 anos, circulou pelas ruas dentro de uma caminhonete com paredes de acrílico, nos moldes do papamóvel. Ao lado do marido, Márcio Toledo, a ex-prefeita dançou, acenou para eleitores e fez um discurso, sempre dentro do veículo.
Quem também lança mão da estratégia de usar um veículo protegido para ir às ruas na campanha é a ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL), vice na chapa de Boulos, que, aos 85, faz parte do grupo de risco para a covid-19.
Já Bruno Covas, na agenda com Marta, foi caminhando pelas ruas de bairros na zona sul da capital. A decisão de colocar Marta Suplicy em evidência no 2° turno faz parte de uma estratégia do PSDB de consolidar o eleitorado de Covas nas regiões da periferia, onde a ex-prefeita ainda é popular.
Em 2016, o então candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria, só perdeu em duas das 58 zonas eleitorais da cidade: Grajaú e Parelheiros. Em ambas a derrota foi para Marta Suplicy, que disputou a eleição municipal daquele ano.
Esses foram os dois bairros escolhidos para as agendas de hoje com o atual prefeito e a ex- prefeita, que aderiu à campanha de Covas no 1° turno e coordena um movimento suprapartidário de apoio ao tucano. A presença dos dois causou aglomeração nas ruas do comércio dos dois bairros.
Em uma breve entrevista coletiva em Parelheiros, o prefeito evitou se comprometer a integrar o movimento, liderado por Marta, de criação de uma frente ampla contra o presidente Jair Bolsonaro.
"Cada momento sua aflição, 2022 vamos discutir no ano que vem", afirmou. O tucano também desconversou quando questionado se Marta terá espaço em um eventual 2° mandato. "Nenhum apoio no 1° ou 2° turno foi negociado em troca de espaço na administração"