O candidato governista Daniel Scioli se definiu como o nome capaz de garantir a “governabilidade e a estabilidade econômica”, enquanto o oposicionista Mauricio Macri prometeu “unir os argentinos”, em sua última tentativa de ganhar o voto dos indecisos, no fechamento da campanha eleitoral na Argentina. Neste domingo, o país realiza eleições gerais para definir seu futuro após 12 anos de kirchnerismo.
As pesquisas preveem vitória de Scioli, da governista Frente para a Vitória. Não há consenso entre os institutos, porém, sobre se ele pode alcançar os 40% dos votos e uma diferença de 10 pontos ante o conservador Macri, o que garantiria uma vitória em primeiro turno.
Scioli e Macri encerraram suas campanhas na noite de quinta-feira, antes do início do período em que os comícios estão proibidos. O governista buscou se apresentar como um herdeiro do projeto político da presidente Cristina Kirchner, enquanto o outro se apresentou como a ruptura com esse modelo.
No estádio coberto Luna Park, em Buenos Aires, o cantor venezuelano Ricardo Montaner apresentou seu amigo Scioli como “o próximo presidente da Argentina”. O governador da província de Buenos Aires, de 58 anos, agradeceu a presidente porque “em 10 de dezembro assumiremos um país ordenado, desendividado e com paz social”.
Scioli prometeu que, caso ganhe, subirá o mínimo disponível de impostos sobre os rendimentos de até 30 mil pesos (US$ 3.100), uma medida reivindicada por sindicatos e que favorecerá meio milhão de trabalhadores e aposentados. Também afirmou que em seu governo os aposentados e os beneficiários de planos sociais não pagarão imposto sobre valor agregado (IVA). Cristina não estava presente – a presidente já havia viajado à província de Santa Cruz, onde vota.
Macri, da frente oposicionista Cambiemos, disse no estádio Orfeo, na província de Córdoba, 800 quilômetros ao norte da capital, que a partir de 10 de dezembro “haverá apenas uma equipe”. “Chega de enfrentamentos, de divisões, me comprometo a unir os argentinos”, afirmou. “Passamos muitos anos nos enfrentando.”
Macri prometeu gerar “dois milhões de novos postos de trabalho”, como parte de seu plano para alcançar a “pobreza zero” no país. Prefeito de Buenos Aires prestes a deixar o posto, o oposicionista disse que “nós não somos contra ninguém, mas sim a favor de nosso futuro, porque merecemos viver melhor”.
O peronista dissidente Sergio Massa, que aparece em terceiro nas pesquisas, pediu aos eleitores que ajudem a consegui-lo chegar ao segundo turno. “Se nos colocam no segundo turno, viraremos uma página da história e acabar o kirchnerismo na Argentina”, afirmou ele. Fonte: Associated Press.