Internacional

Turquia muda Forças Armadas e mantém expurgos após tentativa de golpe

O primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, comandou nesta quinta-feira uma reunião com graduadas lideranças militares, que deve levar a importantes mudanças nas Forças Armadas do país, após uma fracassada tentativa de golpe. O Conselho Supremo Militar, que reúne os líderes militares, se reuniu um dia após a Turquia dispensar quase 1.700 militares – entre eles 149 generais e almirantes -, suspeitos de envolvimento na tentativa do golpe de 15 de julho. Uma graduada autoridade turca descreveu os afastamentos como “baixas desonrosas”.

O Conselho Supremo Militar, que decide sobre promoções e aposentadorias, deve anunciar mais baixas nesta quinta-feira. Dois generais anunciaram suas baixas enquanto ocorria a reunião. A Turquia decretou estado de emergência, após a tentativa de golpe que levou a 290 mortes, e começou uma operação para afastar as pessoas suspeitas de laços com o clérigo muçulmano Fethullah Gulen, que vive nos Estados Unidos. Quase 16 mil pessoas foram detidas por supostos vínculos com o golpe e cerca de metade delas foi presa formalmente para julgamento posterior.

Dezenas de milhares de funcionários públicos também foram demitidos por supostos laços com Gulen, enquanto escolas, dormitórios e hospitais associados com seu movimento foram fechados. O ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu, anunciou nesta quinta-feira que 88 funcionários de sua pasta também foram afastados, entre eles dois embaixadores.

Autoridades emitiram ordens de detenção para 89 jornalistas. Dezenas de organizações da imprensa – em sua maioria ligadas a Gulen – foram fechadas no fim da quarta-feira. Entre elas há 16 emissoras de televisão, 23 de rádio, 15 revistas, 29 editoras e 45 jornais.

Gulen vive nos EUA e comanda uma rede global de escolas e fundações. Ele nega que tivesse conhecimento da tentativa de golpe. A Turquia considera o movimento de Gulen como uma organização terrorista e deseja a extradição do religioso. Os EUA disseram que a Turquia precisa apresentar evidências da suposta ação golpista de Gulen para que ocorra um processo de extradição. Fonte: Associated Press.

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