Insurgentes sírios mantiveram os ataques a tiros contra áreas controladas pelo governo de Alepo, matando pelo menos sete pessoas, incluindo três crianças, disse a TV estatal. Os rebeldes também pressionavam com carros-bombas e tanques em território na parte oeste da cidade. O governo sírio acusou os combatentes da oposição de uso de gás tóxico.
Os ataques elevaram o número de mortos nos três dias de ofensiva para pelo menos 41 civis, incluindo 16 crianças, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo de monitoramento da oposição que tem uma rede de ativistas em áreas controladas pelo governo e pela oposição na Síria. O observatório disse que centenas de morteiros foram arremessados.
O enviado das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, disse estar “consternado e chocado com o elevado número de foguetes lançados indiscriminadamente” em subúrbios civis de Alepo, cidade controlada pelo governo sírio. “Aqueles que argumentam que isto se destina a aliviar o cerco do leste de Alepo devem ser lembrados de que nada justifica o uso de armas desproporcional e indiscriminado, incluindo as pesadas, em áreas civis e que isso pode constituir crimes de guerra”, disse De Mistura.
Os ataques deste domingo ocorreram no terceiro dia da ofensiva de insurgentes que busca romper um cerco do governo sobre distritos do leste de Alepo controlados pelos rebeldes.
A Rússia e o governo sírio interromperam os ataques aéreos contra os rebeldes no leste de Alepo desde a semana passada para permitir a evacuação de feridos e civis. Mas nenhuma evacuação ocorreu e os esforços para permitir que suprimentos médicos e comida para a área sitiada também fracassaram. Enquanto isso, as tropas pró-governo mantiveram uma ofensiva terrestre contra áreas controladas pelos rebeldes. O ciclo de violência na cidade tem aumentado após os esforços entre EUA e Rússia não terem conseguido garantir um cessar-fogo internacionalmente monitorado. No domingo, uma autoridade militar síria, falando sob condição de anonimato, disse que o governo estava reforçando suas posições e em torno da cidade para repelir os avanços dos rebeldes.
O diretor do observatório, Rami Abdurrahman, disse que cerca de 1 mil soldados de artilharia do governo chegaram a Alepo vindos do centro da Síria neste sábado para tomar parte no contra-ataque. Ele estimou que entre 2 mil e 2,5 mil insurgentes participavam da ofensiva.
Abdurrahman disse que vários civis relataram dificuldades respiratórias na sequência de um ataque de insurgentes em al-Hamadaniyeh no domingo. Contudo, Abdurrahman não pode confirmar ou negar se isso foi resultado de gases tóxicos.
Um porta-voz rebelde rejeitou as acusações do governo de uso de gás tóxico. Idriss Raad,
membro do grupo rebelde Faylaq al-Sham, disse que a oposição não possui tais armas e não atacaria áreas com seus próprios apoiadores. A agência de notícias estatal síria SANA disse que 48 pessoas foram tratadas por dificuldades respiratórias. A TV estatal mostrou residentes e médicos usando máscaras e levando pessoas para um hospital. Combatentes da oposição e do governo vêm trocando acusações sobre ataques químicos em suas respectivas áreas. Fonte: Associated Press.