Internacional

Fillon defende emprego a esposa e filhos, mas pede desculpa aos franceses

O candidato conservador à presidência da França, François Fillon, defendeu hoje o fato de ter empregado sua esposa e dois filhos durante seus mandatos parlamentares, lembrando que esta é uma prática legal e corrente entre os políticos franceses. Fillon, no entanto, pediu desculpas à população por entender que tal fato gerou forte reação do eleitorado. Ele também reiterou que não vai se retirar da disputa eleitoral e que retomará a campanha com energia redobrada.

“Todos os fatos evocados pela denúncia são legais e transparentes”, afirmou Fillon em uma coletiva de imprensa tendida por cerca de 250 jornalistas, segundo relatos da mídia local. Ele defendeu ter empregado por 15 anos sua esposa, Penelope, afirmando que ela tinha papel “indispensável” em seu gabinete, realizando uma série de tarefas que ia da organização da agenda até a representação em eventos regionais, e que portanto seu salário era “completamente justificável”.

Fillon também defendeu o emprego a seus filhos, afirmando que todos seus contratos de trabalho são legais e transparentes. No caso de sua filha, o francês afirmou que ela trabalhou sobre documentos que o permitiram escrever, mais tarde um livro sobre a política.

O candidato do partido “Os Republicanos”, por outro lado, pediu desculpas por entender que o caso, apesar de legal e corrente entre os políticos franceses, gerou uma forte repercussão negativa junto ao eleitorado. Por outro lado, Fillon se propôs a mudar essas regras. “Se é necessário reformar o sistema, então vamos reformá-lo em seu todo”, afirmou, prometendo que não vai restabelecer o acúmulo de mandatos e que pretende propor um referendo sobre a redução do número de parlamentares.

A candidatura de Fillon foi atingida por denúncias feitas pelo jornal Canard Enchaîné nas últimas duas semanas, afirmando que sua esposa e seus dois filhos receberam quase 1 milhão de euros ao longo dos últimos 15 anos trabalhando ao seu lado. As denúncias geraram uma investigação por parte da promotoria local e fizeram o conservador perder a dianteira nas pesquisas de opinião eleitoral, gerando especulações de que ele poderia renunciar à candidatura.

O conservador voltou a criticar a imprensa por sua atuação no caso e prometeu “uma nova campanha” a partir deste momento, e que o fará com determinação redobrada. Marcelo Osakabe

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