Dezenas de milhares de sul-africanos tomaram as ruas de todo o país, nesta sexta-feira, exigindo a renúncia do presidente Jacob Zuma após uma semana agitada que representou a mais grave ameaça ao seu mandato de oito anos.
Enquanto os manifestantes marcharam em cidades como Pretória, Johanesburgo, Cidade do Cabo e Durban, a agência de classificação de risco Fitch cortava o rating da África do Sul de BBB- para BB+, e com isso o país perdeu o chamado “grau de investimento”.
De acordo com estimativas dos organizadores, essas são as maiores manifestações na África do Sul desde o advento da democracia, em 1994. Cerca de 50 mil estariam protestando em Pretória; 30 mil em Johanesburgo; e mais de 100 mil pessoas na Cidade do Cabo. A polícia ainda não divulgou suas estimativas.
As manifestações eclodiram na sequência da demissão do ministro das Finanças e da reconfiguração do gabinete de Zuma. Líderes governistas dizem que as manifestações estão sendo conduzidas por uma minoria branca ameaçada pelas promessas do presidente para redistribuir a riqueza do país.
Analistas dizem que as manifestações não devem mudar a configuração política do país, dominado pelo partido de Zuma. Apesar da demonstração de força, nem os maiores sindicatos sul-africanos nem as lideranças de esquerda convocaram manifestações em massa.
Novas manifestações devem acontecer na próxima semana. No dia 18, o Parlamento vai discutir um pedido dos opositores para um voto de não confiança contra Zuma, que deve sobreviver à votação. Fonte: Dow Jones Newswires.