Forças congoleses feriram e mataram pelo menos 18 refugiados burundeses perto da fronteira do Burundi, informaram autoridades neste sábado. As mortes ocorreram na sexta-feira (15), na província de Kivu, no Congo, afirmou o comandante do batalhão paquistanês da missão de paz da ONU no Congo, Waquara Yunusi. De acordo com ele, 34 pessoas foram mortas. Os militares do Congo não puderam ser imediatamente contatados para comentar.
A coordenadora do grupo de comunicações da ONU no Congo, Florence Marchal, confirmou um número provisório de 18 mortes, e indicou que haveria outros 50 feridos. “Não conheço as circunstâncias exatas de por que deteriorou, mas deteriorou… Houve tiros das forças (congolesas) e policiais em requerentes de asilo”, disse. De acordo com ela, o número de mortos provavelmente irá aumentar. O governo congolês, a agência de refugiados da ONU e a missão de paz da ONU no Congo “mobilizaram equipes no local para esclarecer o que aconteceu”, disse.
A agência de refugiados da ONU declarou que estava “chocada e triste pela morte violenta de numerosos cidadãos burundeses – entre eles prováveis refugiados e requerentes de asilo” – e solicitou uma investigação.
O ministro das Relações Exteriores do Burundi, Alain Aime Nyamitwe, pediu às autoridades do Congo e da ONU pelo Twitter uma explicação para os tiroteios.
Moradores da região disseram que os assassinatos ocorreram depois que alguns refugiados burundeses foram ao gabinete de inteligência local para perguntar sobre quatro refugiados detidos. Soldados congoleses responderam com tiros quando alguns dos refugiados lançaram pedras, disse a refugiada Aline Nduwarugira. Outra testemunha, Alfred Rukungo, disse que os soldados congoleses continuaram atirando contra a multidão mesmo depois que alguns refugiados foram feridos.
Fonte: Associated Press