A Fundação Fernando Leite Couto, do escritor moçambicano Mia Couto, está recebendo doações para ajudar as vítimas do ciclone Idai, que matou mais de 700 pessoas e deixou milhares de desabrigados no sul da África.
A cidade de Beira, onde o escritor nasceu, foi uma das mais afetadas pelo Idai e está completamente alagada. Em texto publicado no Facebook, Couto disse que está “quase tão destruído” quanto a cidade em que nasceu.
No site da Fundação Fernando Leite Couto, um texto assinado pelo escritor indica que “Moçambique precisa urgentemente da soliedariedade de todos” e disponibiliza os dados da conta bancária que está recebendo as doações.
Segundo o comunicado, os valores arrecadados serão destinados a ações imediatas, que serão feitas em conjunto com a Cruz Vermelha, e à reconstrução de “infraestruturas e edifícios”.
O escritor destacou que, além de “roubar vidas”, o ciclone deixou a região “sem estrada, sem abrigo, sem energia, sem sistemas administrativos e sem comunicações”.
De acordo com a ONU, 1,7 milhão de pessoas foram afetadas pela tormenta, que atingiu Moçambique, Zimbábue e Malawi na semana passada.
Mia Couto é um dos mais premiados escritores lusófonos vivos. Ele é autor de vários romances, como Terra Sonâmbula e O Último Voo do Flamingo, além de poesias, contos e crônicas.
Tragédia
O número de mortos do ciclone Idai passa de 750 nos três países da África atingidos pela tempestade há 10 dias. Equipes restauram a eletricidade, a água e tentam evitar o surto de cólera, disseram autoridades neste domingo, 24.
Em Moçambique, o número de mortos subiu para 446; no Zimbábue há 259 mortos e pelo menos 56 vítimas fatais no Malawi, um total de 761 nas três nações.