Há um novo temor rondando o Facebook: que venham à tona e-mails que mostrem que seu presidente executivo e fundador, Mark Zuckerberg, tinha ciência de práticas problemáticas que a empresa praticava quanto à privacidade de seus usuários. Segundo reportagem publicada nesta quarta-feira, 12, pelo jornal americano Wall Street Journal, a equipe da gigante de tecnologia encontrou e-mails em que o executivo levanta dúvidas sobre algumas práticas de compartilhamento de dados dos usuários com empresas terceiras.
A equipe do jornal não teve acesso direto ao conteúdo das mensagens, mas sim a descrições do que elas continham – conforme a publicação, há a sugestão de que Zuckerberg sabia de problemas potenciais da plataforma. É algo que pode complicar a situação da empresa, atualmente sob investigação da Comissão Federal do Comércio americana (FTC, na sigla em inglês).
Se os emails forem incluídos no processo, ainda em andamento, o Facebook pode enfrentar multas e punições maiores que o previsto – nos resultados financeiros deste ano, a empresa estimou que terá de pagar entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões à autoridade regulatória americana. O inquérito tenta entender se, com o caso Cambridge Analytica, o Facebook violou um acordo feito com a FTC em 2012 – no pacto, a empresa se comprometeu a cuidar da privacidade dos dados de seus usuários.
Nos últimos dois anos, vale lembrar, o Facebook está imerso em escândalo quanto ao uso de dados, seja no caso Cambridge Analytica ou no fornecimento de informações a parceiros como fabricantes de celular e outras empresas. Com a publicação da notícia, as ações da empresa estavam em queda de 1,87%, às 13h42 (horário de Brasília).
Em resposta à reportagem do Wall Street Journal, o Facebook enviou um comunicado à imprensa americana, dizendo que “colabora completamente com a investigação da FTC, fornecendo dezenas de milhares de emails, documentos e arquivos”. Um porta-voz da empresa acrescentou: “O Facebook e seus executivos, incluindo Mark Zuckerberg, sempre cumpriram com as regras vigentes. Em nenhum momento Mark ou outro funcionário do Facebook violaram as obrigações da empresa com a FTC.”