Em um dia, incêndios florestais destruíram 26 hectares de áreas de preservação permanente em oito unidades de conservação no Estado de São Paulo. A área queimada equivale à medida de trinta campos de futebol. Entre a manhã de quinta e a madrugada desta sexta-feira, 28, o fogo atingiu sete reservas estaduais e uma federal, conforme registros feitos por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esses incêndios já foram debelados.
A queimada maior consumiu 12 hectares (120 mil metros quadrados) da Área de Proteção Ambiental (APA) de Ibitinga, na região central do Estado. A unidade de conservação estadual, formada pelas várzeas dos rios Jacaré-Pepira e Jacaré-Guaçu, é conhecida como Varjão ou Pantaninho por causa da grande biodiversidade, abrigando animais como onça-parda, lobo-guará e veado-campeiro.
Bombeiros e policiais ambientais de Ibitinga combateram as chamas e registraram animais fugindo do fogo. Um incêndio destruiu seis hectares na APA Sistema Cantareira, reserva protetora do conjunto de represas que abastece a Região Metropolitana de São Paulo. Outros três hectares foram queimados na área de proteção da Represa da Usina, em Atibaia.
O fogo que atingiu a Floresta Nacional (Flona) de Ipanema, em Iperó, queimou 10 mil metros quadrados e foi rapidamente controlado pela brigada do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra a área. A reserva federal tem 5 mil hectares de remanescentes de mata atlântica.
As outras reservas atingidas, todas com áreas queimadas equivalentes a um campo de futebol, foram a APA de Cajamar, na Serra dos Cristais, entre Jundiaí e Cajamar; APA Piracicaba Juqueri-Mirim Área I, em Joanópolis; APA Piracicaba Juqueri-Mirim Área II, em Pedra Bela; e APA Corumbataí Botucatu Tejupá, em Bofete.
Fora das áreas de reservas, os satélites apontavam 19 queimadas em todo o Estado, no início da tarde desta sexta. No dia anterior, tinham acontecido 20 queimadas e, na quarta-feira, 26, foram 86 incêndios.
No acumulado deste ano, o Estado soma 1.210 queimadas, mas há previsão de que o número aumente, pois o período de estiagem deve seguir até setembro. Em todo o ano de 2016, houve 1.569 queimadas. No norte, oeste e sudoeste paulista, muitos municípios estão sem chuva há mais de 40 dias, segundo dados do Inpe. Os satélites do instituto registram áreas queimadas a partir de 10 mil metros quadrados.