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Concentração de usuários quase dobra em um mês na Cracolândia

A concentração de usuários de drogas na Cracolândia, no centro de São Paulo, praticamente dobrou no último mês. Se no início de julho a Prefeitura dizia que o “fluxo” não ultrapassava 300 dependentes químicos, os cálculos mais recentes da gestão João Doria (PSDB) apontam que, hoje, esse número varia entre 500 e 600 pessoas. A Prefeitura diz que o número é flutuante e há “um trabalho coordenado e integrado para ampliar a oferta de atendimento aos dependentes”.

Hoje, o “fluxo” está instalado nas proximidades da Praça Júlio Prestes e é monitorado pela Prefeitura, que faz a contagem por fotos e com um aplicativo que calcula multidões. Os usuários estão lá desde que deixaram a Praça Princesa Isabel, onde ficaram por um mês, após a operação policial que prendeu traficantes e desmontou a “feira de drogas”.

Antes da operação, o “fluxo” era maior e ocupava a quadra da Alameda Dino Bueno, entre a Glete e a Helvétia. Segundo a Prefeitura, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Programa das Nações Unidas (Pnud) contou 1.861 frequentadores por dia, em média, em janeiro. Mesmo na Princesa Isabel, o número chegava a 900 à noite.

Mas o novo aumento preocupa comerciantes e acontece apesar do trabalho de equipes de assistência social e de saúde, que convenceram 1.196 usuários a se internar, entre 21 de maio e 30 de julho. “Tem mais gente chegando do que saindo”, afirma o vendedor Daniel Souza, de 60 anos.

Neste domingo, 6, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo foi à região e viu que havia mais pessoas do que no dia 22 de junho, quando os usuários migraram para Júlio Prestes. Também constatou a presença de cinco barracas e a oferta de crack na rua.

Em nota, a Prefeitura diz que “é equivocado” fazer avaliação “com base em observações aleatórias ou mesmo atendo-se somente ao número flutuante de pessoas”. Segundo a gestão, equipes de assistência social fizeram 111.085 abordagens de rua, enquanto profissionais de saúde já realizaram mais de 18,4 mil atendimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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