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Cientistas anunciam descoberta de tesouro arqueológico em tumba do antigo Egito

Uma tumba do antigo Egito com múmias, sarcófagos e joias de mais de 3.500 anos foi encontrada na necrópole de Draa Abul-Naga, uma área onde eram enterrados nobres egípcios na margem esquerda do rio Nilo. A área fica próxima ao Vale dos Reis, famosa necrópole onde há tumbas de diversos faraós.

A descoberta foi anunciada pelo Ministério das Antiguidades do Egito no sábado, 8. A tumba consiste em uma pequena sala no nível do solo e uma câmara mortuária oito metros abaixo, contendo quatro múmias. A tumba também continha esqueletos, artefatos funerários – incluindo 150 estátuas, quatro sarcófagos de madeira, joias e cones funerários.

O ocupante principal da tumba era um ourives chamado Amenemhat, que viveu durante a 18ª Dinastia (de 1.550 a.C. a 1.292 a.C.), a época do faraó Akhenaten, sua esposa Nefertiti e seu filho Tutancâmon, de acordo com o jornal britânico The Guardian.

Segundo o ministro de Antiguidades do Egito, Khaled el-Enany, a entrada da tumba foi descoberta no pátio de uma outra tumba do Médio Império egípcio. Uma passagem leva a uma câmara quadrada com um nicho no fundo, onde há uma estátua de Amenemhat. Ele foi representado sentado em uma cadeira ao lado de sua mulher, Amenhotep, que aparece com um vestido longo e uma peruca.

De acordo com reportagem da emissora americana CNN, Amenhotep era um típico nome masculino, mas as inscrições na tumba indicam que esse era o nome da matriarca. Outro fato incomum é que uma estátua menor de um dos filhos do casal aparece sentada entre suas pernas, um lugar tipicamente reservado para uma imagem de filha ou nora.

Segundo o ex-ministro de Antiguidades do Egito, Zahi Hawass, a câmara tem dois eixos mortuários. Em um deles, os arqueólogos encontraram sarcófagos deteriorados e restos mortais humanos datados das 21ª e da 22ª dinastias, incluindo os restos de uma mulher e de duas crianças. A mulher apresenta sinais de uma doença óssea bacteriana e cáries.

O outro eixo contém máscaras funerárias e estátuas que representam a família do ourives perto de três múmias deterioradas com os crânios expostos. “Não temos certeza se essas múmias pertencem a Amenemhat e sua família. Outras pessoas claramente reutilizaram essa tumba e remexeram o local na antiguidade. Provavelmente por isso as cabeças estão expostas”, disse o líder das escavações Mostafa Waziri ao jornal americano The New York Times.

De acordo com Waziri, há indicações de que mais descobertas serão feitas na área adjacente. Segundo o jornal, no interior das câmaras mortuárias os arqueólogos encontraram 50 cones funerários – um tipo de cerâmica estampada utilizada para marcar a entrada de uma tumba. Quarenta desses cones têm os nomes de quatro oficiais cujas tumbas ou sarcófagos ainda não foram localizados. “Esse é um bom sinal. Significa que se continuarmos escavando essa área vamos encontrar mais quatro tumbas”, disse Waziri.

A própria tumba do ourives foi descoberta a partir de pistas semelhantes. Em abril, egiptólogos descobriram a tumba de um juiz chamado Userhat, que acabou levando à nova descoberta. Diversas novas descobertas foram feitas no Egito em 2016. Em março, pesquisadores revelaram uma estátua gigante do faraó Psamtek I na cidade do Cairo.

Em abril, os restos de uma pirâmide foram encontrados na necrópole de Dahshur e, em maio, foram achadas 17 múmias que não pertenciam à realeza na província de Minya. “O Egito moderno foi construído sobre o Egito antigo. Às vezes, você cava no seu pátio, em locais como Aswan ou Heliopolis, e encontra monumentos. Até agora, estimamos que encontramos apenas 30% dos monumentos egípcios”, disse Waziri.

O ministério da Antiguidade espera que a divulgação dessas novas descobertas comecem a atrair novamente os turistas para o Egito. Turbulências políticas no país tiveram início em 2011 e uma série de bombardeios e ataques terroristas dizimaram a economia do turismo no Egito.

Em 2017, no entanto, o país teve um aumento no número de visitantes, uma tendência que o governo espera capitalizar.

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