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Acusado promete delatar fraudes em 3 licitações

O tenente-coronel José Afonso Adriano promete entregar informações sobre supostas irregularidades ocorridas em três licitações feitas pela Polícia Militar que envolviam a compra de Palios Weekends ELX, peças para carros e tablets. Juntas, elas teriam representado contratos de R$ 100 milhões. Adriano relaciona os nomes de dois coronéis da reserva e um da ativa da PM às supostas irregularidades. Além deles, outro coronel está sendo investigado.

A Corregedoria da PM está avaliando a evolução patrimonial dos oficiais – um dos quais tem uma casa no condomínio Terras de Santo Antonio, em Itu, no interior paulista, o mesmo em que Adriano tem um imóvel. Também está auditando os contratos dessas e de outras licitações feitas pela PM. Caso apresente provas do que diz saber, a colaboração do coronel Adriano pode fazer a Operação Imperador – a Lava Jato da PM – se expandir, atingindo, além dos contratos do Departamento de Suporte Administrativo (DAS), licitações feitas na Diretoria de Apoio Logístico da PM e do Centro de Suprimentos de Materiais de Telecomunicações.

Por enquanto, 16 policiais já foram indiciados e dois processos abertos – Adriano está preso desde 9 de março. Ao todo, 5 mil contratos são investigados, envolvendo 523 empresas. Os processos fraudulentos de compras eram feitos no DSA, órgão do Comando-Geral da PM. Mas era no Grupo de Planejamento Setorial (GPS), da Secretaria da Segurança Pública, que o dinheiro era liberado irregularmente.

Nesta sexta-feira (6), Adriano acompanhou os depoimentos de um major da Corregedoria da PM e de uma testemunha – Miriam Francioni dos Santos, que era apontada pelas investigações como uma das laranjas de Adriano. Miriam fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual (MPE). Ela é irmã de outro suposto laranja de Adriano, o comerciante Márcio Luiz dos Santos.

Ela contou que o coronel comprava carros em seu nome e no dos familiares dela para entregar a outros militares supostamente envolvidos no esquema. Também teria usado contas bancárias de sua família para movimentar recursos. Dinheiro desviado teria ainda custeado a reforma das casas de dois coronéis, entre eles um dos 18 que Adriano citou na carta com a qual começou a negociar sua delação com o MPE.

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