O comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Caju, major Alexandre Frugoni, e outros três policiais da unidade foram presos na quarta-feira, 11, depois que a Corregedoria da Polícia Militar descobriu, numa varredura na base, armas com numeração raspada, bombas de efeito moral, maconha e cocaína.
A PM não divulgou o que eles fariam com o material, mas existe a suspeita de que usariam para forjar flagrantes de pessoas mortas por eles, incriminando-as. As investigações são da Corregedoria da PM e da Auditoria Militar e foram abertas para apurar desvio de armas da polícia.
Na operação, foram encontrados no armário do major na UPP uma pistola Glock com a numeração raspada (o que é ilegal), quatro carregadores, nove carregadores de fuzil, bombas de gás, 261 munições de pistola calibre 40, 56 de 9mm e 1110 munições de fuzil.
No armário de um outro policial, não identificado, havia 97 munições de fuzil, 158 pinos de cocaína, 20 tabletes de maconha e uma pistola calibre 380, também com a numeração raspada. No telhado do alojamento da UPP, cães farejaram 67 pinos de cocaína e 11 tabletes de maconha que estavam escondidos.
O material está sendo periciado pelo Centro de Criminalística da PM. Também PM, a mulher do comandante, a major Paula Andresa Frugoni, foi autuada por ter tentando esconder o material dentro de casa.
As equipes da Corregedoria, da Coordenadoria de Inteligência (CI) e do Ministério Público Militar cumpriram 23 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Militar, inclusive nas residências de suspeitos.
O comandante Frugoni vai responder por porte de arma ilegal de uso restrito e os três praças, por posse de drogas e favorecimento. Todos foram conduzidos para a unidade prisional da Polícia Militar, em Niterói.
A UPP do Caju foi inaugurada em 2013 e tem efetivo de cerca de 350 policiais. Sua área abrange doze favelas comunidades da zona portuária do Rio, onde vivem 16 mil pessoas.