Reportagem da ESPN destaca a estreia de um jogador que começou sua carreira em Guarulhos, atuando nas equipes de base da AD Guarulhos e do Flamengo. Trata-se de Felipe Augusto Rodrigues Pires, que fará a principal partida de sua curta carreira diante do Milan, nesta quinta-feira, pela estreia da Europa League no Franz Horr Stadium, em Viena, às 14h (de Brasília). Aos 22 anos, o brasileiro, que nunca atuou profissionalmente no Brasil, busca aparecer no cenário diante de um gigante europeu, aponta a reportagem.
“É um jogo muito esperado por todos nós. É muito legal enfrentar uma potência que tem uma camisa muito forte com 7 títulos de Champions League. Nosso time está muito concentrado para esse jogo”, disse ao ESPN.com.br. “Queremos ganhar. Não temos nada a perder. Vamos jogar sem aquela pressão, mas respeitar o time deles”, garantiu.
Um feito e tanto para um garoto que na adolescência ajudava o pai em uma serralheria antes de ser jogador profissional. “Era um serviço bem puxado, mas eu gostava de estar ao lado dele para ajudar. Meu pai sempre foi um trabalhador e um espelho para mim. Eu ficava por perto segurando os ferros, a escada, essas coisas”, relatou.
Felipe Pires começou a jogar por equipes da região metropolitana de São Paulo antes de ir para a Europa. “Eu rodei em vários times como A.D. Guarulhos, Flamengo de Guarulhos e Grêmio Mauaense. Eu estava fazendo bom um Paulista Sub-17 e marquei vários gols. Então, o Red Bull, Palmeiras e Corinthians vierem atrás de mim. Optei pelo Red Bull”, explicou.
Após se destacar no Campeonato Paulista Sub-20 e na Copa São Paulo de futebol juniores, ele chamou antenção de olheiros. “Os olheiros do Red Bull da Europa gostaram de mim e me chamaram para faz um teste na Áustria. Fui aprovado e fiquei por lá”, contou.
Ao chegar ao time austríaco, Felipe foi mandado por seis meses para o time Sub-19 do RB Leipzieg, da Alemanha, que também pertence a empresa Red Bull, para ganhar experiência. “Foi bem difícil esse começo não só pela língua, mas pela mentalidade e filosofia de jogo também. É complicado sair do Brasil com 18 anos e o país neva e tem muito frio. Jogar na neve era complicado. Tinha dia que eu nem sentia os pés quando ia treinar”, afirmou.
O jovem atacante precisou aprender a falar alemão. “O idioma até que não foi o pior porque o clube dava muito suporte. Eles tinham paciência e me deram tempo para aprender”. Enquanto não dominava a língua, o brasileiro pagou alguns “micos”. “Eu estava entrando no campo quando o treinador falou: ‘Schnell’ [rápido em alemão]. Fui para o vestiário colocar o chinelo e voltei. Todo mundo começou a dar risada e não entendi nada (risos). Depois, o tradutor me explicou que era para ir rápido (risos)”, relatou.