Diretor executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan sugeriu nesta sexta-feira (18) que, caso o sistema de saúde de um país estiver em risco de ficar sobrecarregado por causa do aumento no número de pacientes pela covid-19, é preciso impor novas restrições à circulação de pessoas.
"Se isso ocorrer nova pressão sobre o sistema de saúde, é preciso agir para proteger o sistema de saúde e suprimir a infecção", afirmou Ryan, durante entrevista coletiva da entidade em Genebra. "Porque ninguém quer voltar a uma situação em que as pessoas não conseguem ter acesso ao sistema de saúde", ressaltou. "A saída dos lockdowns deve ser feita com cuidado, de modo gradual e a partir de dados", pediu ainda. "Se você não sabe onde o vírus está, ele irá surpreendê-lo."
Ryan disse que, em alguns países, pode haver um segundo pico de novos casos da doença ainda dentro da primeira onda de casos. Ele lembrou que mais doentes podem ser detectados se o país aumenta o número de testes, mas pediu que exista atenção para os números de hospitalizações e mortes. Quando ambas aumentam, isso não é fruto do aumento de testes, destacou.
O diretor executivo também falou sobre a importância de que as autoridades de saúde combatam os focos da doença em áreas geográficas específicas ("clusters"). Segundo ele, é preciso estar atento a episódios do tipo, para enfrentá-los rapidamente e evitar que a doença volte a se espalhar mais.
Também presente na coletiva, a líder da resposta da OMS à pandemia, Maria Van Kerkhove, afirmou que a pandemia ainda tem acelerado em várias partes do mundo. "Todos devem estar atentos", pediu, lembrando que grande parte da população mundial continua a ser suscetível à doença. Ela disse ainda que, além de ter leitos disponíveis para os doentes, os países precisam garantir que tenham suprimentos suficientes para tratar os casos, se houver novos picos da doença.