O Autódromo de Interlagos, em São Paulo, passa nesta terça-feira pelos últimos reparos na pista para o GP do Brasil de Fórmula 1, neste domingo, com a expectativa de a edição entrar para a história. As renovações no asfalto e o aumento da velocidade dos carros neste ano devem fazer a prova ter novos recordes de tempo tanto no treino classificatório, como na melhor volta da corrida.
O novo regulamento da competição trouxe novas dimensões das asas, pneus mais largos e mudanças aerodinâmicas possibilitam um ganho de velocidade estimado em até 50 km/h a cada curva. Por isso, em todas as etapas da temporada até o momento os tempos de pole position e de melhor volta das provas foram inferiores aos do ano passado. A única exceção foi a Itália, onde chovia muito durante o treino. Nas corridas na Rússia, Azerbaijão, Áustria e Estados Unidos foram registradas as voltas mais rápidas de toda a história.
O GP do Brasil tem o recorde em vigor desde 2004. O colombiano Juan Pablo Montoya é o recordista de voltas rápidas tanto na classificação, como na prova. “Se a temperatura no GP for normal, sem ser muito quente, a tendência é termos a queda de recorde da prova. A previsão é de sol no domingo, então há chance disso acontecer”, disse o engenheiro chefe do GP do Brasil, Luis Ernesto Morales.
A pista passou por retoques nos últimos meses para aprimorar a segurança. A preocupação em se adequar à velocidade mais alta forçou o incremento da estrutura de pneus em alguns pontos, assim como a construção de groovings (ranhuras) no asfalto para auxiliar no escoamento da água da chuva. O investimento da prefeitura nesta revitalização foi de cerca de R$ 7 milhões.
O asfalto passou ainda por um trabalho para aumentar a aderência. Entre esta segunda-feira e terça as obras foram de retoques finais, para nesta quarta a inspeção final da Federação Internacional do Automobilismo (FIA, na sigla em francês) liberar a realização da corrida.
Operários realizaram por 15 dias tarefas de varrição sistêmica da pista, com o uso de equipamentos para a retirada de detritos. O encerramento do trabalho nesta segunda-feira teve a aferição do nível de aderência da pista, que aumentou 23% em comparação ao último ano.
Também está pronta outra novidade para o GP. As zebras de quatro curvas do traçado ganharam uma peça extra, pedido da Fórmula 1 para incrementar a segurança. “Colocamos uma lombada atrás da zebra para ajudar a diminuir a velocidade em caso de saída de curva”, explicou Morales.
PILOTOS – As equipes já trabalham no autódromo para a montagem de estruturas de trabalhos e dos carros. Os pilotos começam a ir para Interlagos nesta quinta-feira, para compromissos como entrevistas e reuniões com engenheiros.
Alguns dos competidores já manifestaram a ansiedade pelo GP. “A pista é da velha guarda, bastante desafiadora, especialmente no miolo. O clima no Brasil também costuma causar surpresas”, disse o espanhol Carlos Sainz Jr., da Renault. “A comida no Brasil é muito boa, principalmente nas churrascarias”, comentou o holandês Max Verstappen, da Red Bull.