O dólar abriu em alta com exterior mas virou, marcando mínima em leve queda, na sessão desta quinta-feira em que maior volatilidade já era esperada. No exterior, persiste a cautela com a segunda onda de covid-19 em países europeus, que mantém os mercados internacionais em alerta e avessos a risco. O mercado avalia dados dos Estados Unidos, como o Produto Interno Bruto (PIB).
O PIB, na primeira leitura, se expandiu à taxa anualizada de 33,1% no 3º trimestre, acima da previsão, de 32%.
O mercado também se ajusta à comunicação considerada dovish por analistas do Banco Central (BC) de ontem à noite, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic inalterada em 2% ao ano, bem como o forward guidance.
A manutenção do "espaço remanescente" a estímulos no comunicado do Copom é um fator que ajuda, por exemplo, a aliviar a pressão nos juros curtos.
Do noticiário doméstico, destaque para atrito entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Maia acusa Campos Neto de tê-lo exposto ao vazar conversa particular sobre andamento de votações e reformas no Legislativo. "Não pode vazar conversa, presidente do BC não tem esse papel", disse, acrescentando que Campos Neto não estaria "à altura de um presidente de Banco de um país sério" e que, com o vazamento da conversa, ele "tentou mostrar articulação que não é papel dele, sem combinar".
As críticas públicas de Maia a Campos Neto se somam à irritação do presidente da Câmara com a falta de empenho do governo para desobstruir a pauta de votação da agenda econômica, principalmente, com o impasse na Comissão Mista de Orçamento (CMO), responsável por analisar temas orçamentários.
A sessão no câmbio local começou com intensa negociação, com a moeda aproximando-se dos R$ 5,80 na máxima intraday e caindo a R$ 5,75, em queda, passada meia hora da abertura. A intensidade do movimento acontece em meio a uma esperada maior volatilidade visto que, amanhã, será calculada a Ptax de outubro.
Às 9h37, o dólar à vista subia 0,05% aos R$ 5,7640. O futuro valia R$ 5,7695, em alta de 0,37%. No exterior, o dólar sobe 0,21% ante o peso mexicano, 0,39% ante o rublo russo, 0,39% ante a lira turca. O Dollar Index avançava 0,37%.