Questionados sobre a participação do presidente Jair Bolsonaro em protesto ontem em Brasília, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) evitaram tecer comentários sobre o caso, mas reiteraram a importância de se evitar aglomerações em meio à pandemia de coronavírus. "É importante que as pessoas limitem participação em eventos de massa", destacou Maria Van Kerkhove, responsável pela resposta de emergência da entidade ao surto.
Durante coletiva de imprensa, em Genebra, na Suíça, o diretor-geral da Organização reforçou que é preciso "comprometimento político" para conter o vírus. "Essa é a crise de saúde definitiva dos nossos tempos. Os dias, semanas e meses à frente serão teste de nossa capacidade de decisão, de nossa confiança na ciência e de nossa solidariedade", disse.
Segundo Tedros, desde que foi lançado, na última sexta-feira, o Fundo de Resposta Solidária, criado para ajudar no combate à doença, já recebeu
US$ 19 milhões de 110 mil doadores. "Esses recursos vão ajudar a comprar testes de diagnósticos, materiais para profissionais de saúde e apoio à pesquisa", ressaltou.
O médico etíope expressou especial preocupação com países de baixa renda, sobretudo aqueles com alta concentração de pacientes com HIV, mas salientou que, mesmo países com sistemas de saúde avançados estão enfrentando dificuldades. Amanhã, a OMS fará uma teleconferência com países europeus para discutir a questão.
Sobre as restrições de viagens impostas por vários países, o diretor executivo da Organização, Michael Ryan, explicou que essas medidas podem ser eficientes, desde que sejam combinadas com outras precauções. Segundo representantes da entidade, é provável que ainda haja casos não reportados.