Bolsa fecha em alta de 2,05%, a 104.477,08 pontos, à espera de pacote dos EUA

Beneficiado por fornada de dados econômicos positivos do exterior, o Ibovespa recuperou dois degraus nesta segunda-feira, 27, retomando o nível de 104 mil pontos, cedido na última quinta-feira. Hoje, o índice da B3 saiu de 102.380,85 pontos na abertura, que praticamente correspondeu à mínima do dia (102.380,55), para alcançar 104.477,08 pontos no fechamento, em alta de 2,05% após perda de 0,49% ao longo da semana passada. Na máxima, chegou hoje a 104.584,52 pontos nos minutos finais, acompanhando Nova York, que também fechou hoje perto dos picos do dia. O giro financeiro totalizou R$ 28,5 bilhões e, agora, o índice avança 9,91% no mês, reaproximando-se do ganho de abril (+10,25%), o melhor do ciclo de recuperação, limitando as perdas no ano a 9,66%.

Nesta segunda-feira, destaque para o segmento de bancos, de maior peso na composição do índice e ainda muito atrasado no ano, com perdas entre 22,68% (Itaú Unibanco) e 37,36% (Santander) acumuladas no período. Com o Ibovespa de volta aos 104 mil pontos, e tendo chegado a tocar no intradia a faixa dos 105 mil na semana passada, analistas e operadores apontam que setores retardatários, como o bancário, tendem a ganhar mais atenção como oportunidade de compra. Nesta segunda-feira, destaque para Itaú Unibanco PN, em alta de 5,02%, e para Bradesco PN, com ganho de 4,59% na sessão.

O desempenho positivo se disseminou por diferentes setores nesta segunda-feira, como o de commodities (Vale ON +4,73% e Petrobras PN +2,07%), siderurgia (Usiminas +7,15%, na ponta do Ibovespa, e CSN +5,43%) e utilities (Copel +3,28%). Na ponta negativa do índice, Via Varejo cedeu hoje 3,22%, seguida por Lojas Renner (-2,91%) e IRB (-2,04%).

"O dia se mostrou bom desde a abertura, com mais um pacote a caminho nos EUA, elevando a disponibilidade de recursos para a recuperação da economia, em momento no qual eles vivem uma segunda onda de Covid por lá e, aqui, os casos ainda não começaram a diminuir", diz Pedro Galdi, analista da Mirae, casa que projeta o Ibovespa a 116 mil no fechamento de 2020, em nível semelhante ao do encerramento de 2019, então a 115.645,34 pontos, ano em que o índice teve progressão de 31,58%. "A semana promete movimento, com dados como Caged, PIB dos EUA e da zona do euro, e balanços de empresas como Vale, Petrobras e Bradesco", acrescenta.

A performance favorável nesta segunda-feira se iniciou ainda na sessão asiática, com os mercados da região respondendo bem aos dados sobre os lucros industriais da China, que subiram em junho, aponta em nota Shin Lai, estrategista-chefe da Upside Investor Research, chamando atenção também para o índice de atividade manufatureira da Alemanha, que subiu a 50 em julho, ante 45,2 em junho – a leitura ficou acima da expectativa para o mês, de 48. Na zona do euro, o PMI de serviços também avançou, a 55 em julho, acima do consenso, de 51 para o mês, em outro sinal de reação econômica do velho continente que, assim como a China, parece estar superando com menos sequelas o pior momento da pandemia.

Nos EUA, destaque para os pedidos de bens duráveis, acima do esperado, em alta de 7,3% em junho ante o mês precedente, frente a consenso de que haveria alta de 5,4% no mês, após avanço de 15% em maio. "O Brasil segue a onda mais otimista, subindo com Ásia e EUA", aponta Shin Lai. "Ainda em cenário de elevadas incertezas, a melhor estratégia é operar com horizontes curtos, aproveitando as quedas para se iniciar posições, e vendendo nos rebotes de um ou dois dias, no máximo", acrescenta o estrategista, referindo-se a investidores "arrojados", com mais disposição para assumir risco.

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