Esportes

Dirigente do COB nas gestões de Nuzman, André Richer morre aos 90 anos

Dirigente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) nas gestões de Carlos Arthur Nuzman, André Gustavo Richer morreu nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, aos 90 anos. O COB decretou luto oficial de três dias ao anunciar o falecimento, mas não informou a causa do óbito. Ex-atleta do remo, com participação em Olimpíada e Pan-Americano, Richer esteve envolvido na diretoria do COB de 1990 até 2016.

Richer foi presidente do COB, entre 1990 e 1995, quando se tornou vice de Nuzman. Ele ocupou este cargo até 2016. Antes, foi diretor técnico e jurídico e secretário-geral da entidade, na qual ingressou em 1975. Além disso, foi chefe de missão nos Jogos Olímpico de Moscou-1980, Los Angeles-1984 e Seul-1988.

“Richer teve uma vida inteiramente dedicada ao esporte. Líder nato desde os tempos de atleta olímpico, dedicou seu tempo e enorme energia ao desenvolvimento do esporte brasileiro, assumindo cargos de chefia tanto na CBF quanto no COB. O esporte brasileiro perde um dos seus mais importantes colaboradores”, disse o atual presidente do COB, Paulo Wanderley.

Em outubro do ano passado, Richer passou a ser investigado na Operação Unfair Play, que levou Carlos Arthur Nuzman à prisão sob acusação de compra de votos na eleição que garantiu ao Rio de Janeiro o direito de sediar a Olimpíada de 2016. Então vice do COB, Richer foi alvo de mandado de busca e apreensão na segunda etapa da operação, que era um desdobramento da Lava Jato.

Na época, a defesa de Richer, então com 90 anos, informou ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, do Rio, que o executivo estava internado desde 6 de setembro. E o diagnóstico, segundo o defensor, era de “psicose aguda”. Segundo a defesa, o executivo estava “totalmente desorientado”. O advogado até entregou um receituário médico ao juiz.

Um dos documentos investigados pela operação era um contrato de mútuo firmado entre André Richer (mutuante) e Carlos Nuzman (mutuário) no valor de R$ 100 mil em maio de 2017. Trata-se, segundo os procuradores, de um contrato de comodato firmado entre André Richer (comodante) e Carlos Arthur Nuzman (comodatário), “em que aquele dá em comodato a este, pelo período de 3 anos e renovação automática, um imóvel”.

“Tais contratos causam estranheza, ainda mais diante do contexto de práticas criminosas investigadas envolvendo o COB e seu presidente, Carlos Nuzman. Diante do apresentado, faz-se necessária a inclusão de André Gustavo Richer, vice-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro desde o ano de 1995, na presente investigação”, solicitou, na época, o Ministério Público Federal.

Antes de ingressar no COB, o mineiro de Visconde do Rio Branco fez sucesso no remo, com títulos do Campeonato Carioca, Brasileiro e Sul-Americano. Esteve nos Jogos Olímpicos de Melbourne-1956 e nos Jogos Pan-Americanos de Chicago-1959.

Depois, se tornou presidente do Flamengo, entre 1969 e 1973. De lá, ganhou função na CBF, como diretor, entre 1975 e 1986. Além disso, foi secretário-geral da Organização Desportiva Pan-Americana (ODEPA) e da Organização Desportiva Sul-Americana (ODESUR).

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