Esportes

Fifa rejeitou participação de Del Nero por videoconferência em audiência final

O Comitê de Ética da Fifa usou o fato de o ex-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, não sair do Brasil como um elemento para considerar sua punição permanente do futebol. Nesta sexta-feira, o cartola foi punido com banimento completo do esporte e multa de cerca de R$ 4 milhões por corrupção e gestão desleal.

De forma totalmente sigilosa, o órgão da Fifa realizou uma audiência na última quarta-feira, em Zurique. Mas, segundo o Estado apurou, rejeitou o pedido de Del Nero para que participasse da reunião por meio de videoconferência. No início do processo, o dirigente foi autorizado a responder às perguntas de forma virtual, numa reunião que durou cinco horas e meia.

Indiciado nos EUA desde dezembro de 2015, Del Nero não sai do Brasil. O risco de qualquer viagem para fora do País é de que ele seja preso e extraditado aos Estados Unidos, para ser julgado.

Mas, durante a audiência secreta que contou inclusive com a investigadora Maria Claudia Rojas, a Fifa aproveitou a ausência do dirigente para destacar o fato de ele sequer poder fazer viagens ao exterior como um sinal de seus problemas legais. A versão foi imediatamente contestada por seus advogados, que o representaram na audiência.

O encontro ainda serviu para comprovar, uma vez mais, que a base do processo contra o ex-cartola foi justamente os indícios colhidos nos EUA, pelo FBI. No total, nove mil páginas de documentos foram enviados para a Fifa.

Os únicos documentos obtidos de forma independente pelo Comitê de Ética foram cartas que haviam solicitado à CBF e à Conmebol. O órgão pediu informações como o salário do dirigente na entidade brasileira e na associação sul-americana, assim como o número de contas utilizadas.

Apenas dois dias depois do encontro, em Zurique, a decisão foi de punir Del Nero com a pena máxima. A argumentação para a suspensão, porém, até agora não foi produzida, e a defesa do brasileiro aguarda os dados para poder entrar com recursos.

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