A pandemia de covid-19 retardou em pelo menos um ano as obras de recuperação do Museu Nacional, atingido por um incêndio em 2018, originalmente previstas para estarem totalmente concluídas em 2025. A reconstrução da fachada e do telhado principal do palácio São Cristóvão sequer começou ainda; isso só deverá ocorrer em março do ano que vem. O diretor do museu, Alex Kellner, no entanto, garante que parte importante da obra estará pronta em 2022, a tempo das comemorações do bicentenário da Independência da República.
Em entrevista realizada nesta quinta-feira, Kellner anunciou novos apoios para as obras. O Bradesco está entrando com R$ 50 milhões e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com R$ 28,3 milhões – além dos R$ 22 milhões já aportados. Instituto Cultural Vale, empresa Vale, Alerj, bancada dos deputados federais do Rio e Unesco são outros parceiros do projeto. Até agora, a instituição conseguiu arrecadar um total de R$ 180 milhões, o que corresponde a 60% do necessário.
Com um acervo de 500 mil livros, incluindo 1.500 obras raras, a Biblioteca Central do Museu Nacional/UFRJ passa por uma obra de reforma e ampliação, orçada em R$ 12 milhões. A transferência de todo o acervo para locais de guarda temporária foi concluída em novembro e o prazo de execução da obra é de 12 meses.
A construção de um novo câmpus de pesquisa e ensino vai garantir que o Paço de São Cristóvão seja inteiramente dedicado a exposições a atividades educativas. O projeto avançou com a entrega do prédio administrativo, o cercamento total do terreno (44 mil m²); e a instalação de novos módulos para guarda de acervos e de apoio à biblioteca.
"Além da execução dos projetos, outro grande desafio é a recomposição do acervo, tão necessário, inclusive para o centro educacional que vamos construir", afirmou Kellner. "A ideia é, tão logo a pandemia permita, poder receber novamente as escolas que tanto sentem falta do museu. Por isso, precisamos da ajuda de todos."