Atacante do Boca Juniors, Ramón Ábila deu uma declaração polêmica ao jornal argentino Olé. Após o empate por 2 a 2 o Argentino Juniors, o jogador foi perguntado se teria trocado camisas com o goleiro do Santos, John, infectado pela covid-19, em partida pela Libertadores no meio de semana. O argentino respondeu que não e disse que foi com Marinho, se referindo ao brasileiro como "o negro", e ironizou denúncias contra o injúrias raciais.
"Eu troquei com Marinho, com o negro, que já conheço", declarou o atacante. "Bem… Com o moreno. Porque agora você chama de negro e eles começam a denunciar e tudo mais, você viu como é".
Ábila tem passagem pelo futebol brasileiro. Aqui, defendeu o Cruzeiro entre 2016 e 2017, mesmo período em que o atacante brasileiro, hoje no Santos. Contratado em 2015, Marinho acabou sendo emprestado ao Vitória depois de perder espaço em Minas Gerais.
"Mas é carinhoso", declarou Ábila, tentando se explicar. "Se eu falar preto, o que resta para os outros, certo?", completou o atacante argentino. A declaração do jogador foi publicada neste domingo nas redes sociais do jornal argentino, que além do depoimento, usou um símbolo que expressa risada e causou revolta em torcedores brasileiro.
Além de ser goleador, Ramón Ábila também é conhecido por ser bem-humorado e provocador. Mas a declaração dada ao Olé em tom de deboche ocorre também em um contexto em que uma punição a outro jogador sul-americano tomou grandes proporções.
O uruguaio Edinson Cavani, do Manchester United, foi punido pela Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês) por três jogos de suspensão por usar a expressão "negrito" para agradecer uma mensagem de um amigo após marcar dois gols em vitória sobre o Southampton, em novembro. A entidade entendeu que o atacante fez um comentário "insultuoso e/ou abusivo e/ou impróprio e/ou trouxe descrédito ao jogo".