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Trinta casos de assédio sexual foram oficialmente registrados durante a Copa

Trinta casos de assédio sexual foram registrados oficialmente durante o período de disputa da Copa do Mundo, que começou no dia 14 de junho e será encerrada no próximo domingo, em Moscou. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira pela entidade Fare, aliada da Fifa no controle de questões de discriminação no Mundial. Mas a própria Fare alerta que os números reais podem chegar a ser dez vezes maiores, já que dezenas de casos não são registrados ou nenhuma queixa é apresentada pelas vítimas.

Piara Power, diretor da Fare, aponta que os casos foram identificados desde o início do Mundial, incluindo cerca de 15 deles envolvendo jornalistas que foram alvo de assédios enquanto trabalhavam nas ruas das cidades russas e em estádios.

“Esses são os números oficiais. Talvez, o número real seja dez vezes maior”, disse Power. Para ele, os casos de sexismo foram os mais graves no que se refere à situação de discriminação durante a Copa realizada na Rússia.

Federico Addiechi, diretor de Diversidade da Fifa, também destacou os casos de sexismo e que torcedores passaram a ser impedidos de entrar nos estádios. Mas ele alerta que, ainda que sérios, o número de ocorrências deste tipo de incidente foi pequeno diante do 1,5 milhão de torcedores, dos quais 700 mil vieram do exterior, do Mundial. “Os números foram muito baixos”, disse.

Para ele, o que ocorreu na Rússia não é uma novidade em relação ao que foi visto há quatro anos, na Copa de 2014. “Não foi diferente no Brasil”, avaliou.

Na Rússia, o Ministério do Interior abriu um inquérito formal contra os brasileiros que, nos primeiros dias da Copa do Mundo, constrangeram uma mulher em Moscou, num vídeo que difundiram pela internet.

A decisão do governo foi uma reação à denúncia apresentada pela advogada e ativista russa Alyona Popova. Numa carta endereçada a ela, a polícia de Moscou confirmou que iniciou investigações.

O documento, obtido pela reportagem do Estado, indica que um registro especial foi dado ao caso, dentro do Ministério do Interior. As autoridades tinham um mês para dar uma resposta à ativista, o que significava que tinham um prazo até 20 de julho para tomar uma decisão. Mas anteciparam o processo e, em apenas dez dias, optaram por iniciar o inquérito.

Na carta enviada ao governo, a ativista considerava que “cidadãos estrangeiros deveriam pedir desculpas publicamente, e para a menina, e todos cidadãos russos diante do sexismo, da falta de respeito às leis da Federação Russa, o desrespeito por um cidadão russo, insultos, humilhação da honra e dignidade de um grupo de pessoas com base em seu gênero”.

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