Economia

Mal-estar com reforma da Previdência leva dólar a subir 0,98%

O Placar da Previdência, levantamento divulgado desde a quarta-feira, 5, pelo Grupo Estado, parece ter aberto os olhos dos operadores para uma realidade que eles estavam evitando encarar: que a aprovação da tão necessária reforma será muito mais difícil do que o esperado. Desde a quarta-feira o levantamento vem causando mal-estar entre os ativos domésticos e nesta quinta-feira, 6, colaborou para nova alta do dólar ante o real.

O dólar à vista no balcão terminou com avanço de 0,98%, a R$ 3,1454, após passar a primeira metade dos negócios rondando a estabilidade. O giro registrado na clearing de câmbio da B3 – resultado da fusão da BM&FBovespa com a Cetip – foi de US$ 1,875 bilhão. No mercado futuro, o dólar para maio avançava 0,76% por volta das 17h15, a R$ 3,1615. O volume financeiro somava US$ 16,982 bilhões. No exterior, o dólar recuava ante a maioria das moedas emergentes e de países exportadores de commodities, embora com perdas contidas. Os destaques eram as quedas ante a rupia indiana (-0,53%), o peso mexicano (-0,17%) e o rublo russo (-0,11%).

O Placar atual mostra que o número de deputados favoráveis à reforma está em 96, ante 260 contrários. O mínimo necessário para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) é de 308 dos 513 deputados. “Esse Placar da Previdência causou um mal-estar no mercado. E o governo, mesmo com o recuo em alguns pontos hoje, não parece muito inclinado a aumentar os esforços para aprovação do projeto”, comenta o operador de uma corretora paulista. Profissionais do mercado apontam que foram desencadeadas ordens de stop loss inicialmente no começo da tarde, quando o dólar futuro passou a barreira de R$ 3,1550.

Hoje, após reunião com o presidente Michel Temer, o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), informou que o governo autorizou modificações na proposta em relação a cinco temas: regra de transição, aposentadoria rural, Benefício de Prestação Continuada, pensões e aposentadorias especiais de professores e policiais.

Outra justificativa apontada pelos participantes para o nervosismo no mercado de câmbio hoje foi a cautela com o relatório do mercado de trabalho (payroll) dos EUA, que será divulgado amanhã pela manhã.

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