As famílias brasileiras gastaram 0,90% a menos com Transportes em março, um impacto negativo de 0,18 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Houve queda nos preços de todos os combustíveis pesquisados: etanol (-2,82%), óleo diesel (-2,55%), gasolina (-1,75%) e gás veicular (-0,78%). O álcool e a gasolina estiveram entre os itens com maior impacto negativo no IPCA do mês, com contribuição negativa de -0,09 ponto porcentual e -0,02 ponto porcentual para a inflação do mês, respectivamente.
O gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, Pedro Kislanov, destacou que o recuo do preço da gasolina reflete a política da Petrobras, que ao longo do mês de março anunciou uma série de reduções nos preços do combustível nas refinarias, sendo a última de 5,00% no dia 28 de março.
A queda no preço internacional do barril de petróleo em meio a disputa entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) foi o gatilho para esse movimento.
As passagens aéreas tiveram queda acentuada de preços de 16,75%, um impacto de -0,10 ponto porcentual no indicador.
Segundo Kislanov, esses preços refletem compras feitas anteriormente para viagens em março e, portanto, ainda não refletem necessariamente os efeitos da pandemia no setor, que já pôde ser sentido em outros itens relacionados à limitação de viagens, como hospedagem e pacotes turísticos.
Do lado das altas do grupo Transportes, se destacou o aumento das passagens na modalidade ônibus urbanos (0,32%),que foi influenciado pelos reajustes de 5,00% em Salvador (3,50%), vigente desde 12 de março, e de 8,82% em São Luís (4,52%), aplicado a partir de 16 de fevereiro. Já a variação positiva do item trem (0,08%) é consequência do reajuste de 2,17% nas passagens do Rio de Janeiro (0,21%), vigentes desde 2 de fevereiro.