Economia

Abinee critica Fazenda por declarações sobre revisão de política antidumping

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, enviou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, nota em que rebate as recentes declarações do secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcello Estevão, a respeito da revisão da política antidumping.

Em evento no Brazil Institute do Wilson Center, na última segunda-feira (17) em Washington, o secretário classificou de “escândalo” o fato de o Brasil ter sido líder mundial na imposição desse tipo de barreira no período de 2013 a 2016. “Por que precisamos de tantas medidas antidumping no Brasil? O que é tão especial em relação ao Brasil? Por que essa economia precisa de tantas barreiras não tarifárias? Eu não vejo a razão”, afirmou Estevão. “Em alguns casos nós estamos falando em proteger setores específicos de produtores à custa de toda a população.”

Para a Abinee, as declarações do secretário foram inoportunas. “A Associação entende que este é um instrumento de defesa comercial e não uma proteção desnecessária, conforme declarou o secretário. O mecanismo está de acordo com as regras de comércio internacional estabelecidas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC)”, rebateu Barbato por meio da nota.

De acordo com ele, nos últimos anos a indústria tem amargado uma de suas mais graves crises. “Desde 2014, o setor eletroeletrônico vem apresentando queda em seu faturamento. A produção física sofreu uma retração de 30%. O número de empregados reduziu-se em 20%, saindo de 293,6 mil trabalhadores em 2014 para 234 mil em 2016”, disse o executivo. O déficit da balança comercial do setor, de acordo com o presidente da Abinee, atingiu US$ 20 bilhões no ano passado, com exportações de apenas US$ 5 bilhões e importações de US$ 25 bilhões.

“Portanto, o uso do instrumento de defesa comercial visa, exclusivamente, a minimizar os efeitos das políticas equivocadas adotadas pelo governo federal e que permitem a entrada de produtos importados de forma predatória no País”, afirma Barbato por meio da nota.

Posso ajudar?