Esportes

Após clubes europeus ensaiarem Superliga, Fifa diz que pode banir craques da Copa

Numa verdadeira declaração de guerra, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, avisa: estará banido da Copa do Mundo o jogador que optar por participar de torneios que os clubes europeus começam a desenhar a continuidade de suas carreiras fora da atual estrutura do poder do futebol. E isso vale para Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar e qualquer outro craque que optar por manter sua fidelidade ao time que defende.

Nos últimos dias, as revelações trazidas pelo projeto Football Leaks apontaram que alguns dos maiores clubes do mundo estariam avaliando a possibilidade de criar uma Superliga, liderada pelo Real Madrid e rompendo com a hierarquia do futebol mundial. Seria também o fim do monopólio da Fifa no controle do esporte.

Mas, numa resposta inédita, Infantino alerta que quem seguir por esse caminho estaria impedido de jogar uma Copa do Mundo. “Ou você está dentro ou está fora”, declarou o dirigente máximo do futebol.

No fundo, o que a Fifa tenta fazer é demonstrar que os clubes, por mais força financeira que possam ter, precisam estar dentro de uma estrutura de poder já existente e que a criação de uma liga separada seria considerada como ilegal e um torneio não reconhecido.

“Se existem jogadores que não atuam no futebol organizado, então eles não jogam no futebol organizado e isso inclui tudo: Liga das Nações, Eurocopa ou Copa do Mundo”, alertou Infantino.

De acordo com as revelações, mais de uma dezena de clubes estariam em contato para abandonar seus campeonatos nacionais e criar um evento separado, de proporções inéditas e com clubes sem precedentes. Uma primeira tentativa poderia ocorrer em 2021, incluindo gigantes como Manchester United, Liverpool, Barcelona e Juventus.

Na avaliação da Fifa, esses clubes não podem romper com a hierarquia do futebol e querer que seus jogadores também atuem nos torneios tradicionais. Um rompimento precisaria ser completo, na avaliação da entidade, que aposta que seu monopólio no controle da Copa do Mundo seja suficiente para frear as demais iniciativas.

A iniciativa de banir craques poderia começar a ser implementada já em 2022, caso o torneio de clubes de fato ocorra em 2021. Infantino admite que, ao longo dos últimos 20 anos, foram as ameaças de clubes de deixar a Liga dos Campeões que levaram a Uefa a aumentar cada vez mais os prêmios pagos na competição.

Infantino, na esperança de evitar esse racha no futebol mundial, insiste que esse é o momento de debater a criação de um Mundial de Clubes com 24 participantes e com uma receita estimada em US$ 3 bilhões. “O Mundial de Clubes é a resposta a qualquer pensamento de rompimento”, justificou.

A Uefa, porém, tem sido contra esta proposta. Sem um acordo no final do mês passado, a Fifa criou um grupo de trabalho para pensar em soluções e em um entendimento entre as confederações.

Mas a realidade é que a nova crise na Fifa exigiu que a entidade também coloque todo seu calendário internacional sob avaliação. Infantino insiste que quer a Copa de 2022 já com 48 seleções, o que obrigaria o Catar a ceder e ver alguns dos jogos ocorrendo em outros países da região.

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