O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, afirmou nesta sexta-feira, 23, que desde quando ocorreu a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em 17 de março, surgiu certa desconfiança do mercado internacional em relação aos produtos cárneos brasileiros. “Alguns países estabeleceram restrições e outros determinaram inspeção de 100% da carne”, afirmou.
Segundo o secretário, durante esse processo, algumas não-conformidades foram detectadas na carne brasileira, primeiramente pela União Europeia. “Recebemos documento técnico da Comissão Europeia e estamos respondendo. O plano de ação será encaminhado até a próxima quarta-feira para o bloco”, disse. Em seguida, na semana passada os EUA também encaminharam ao Brasil documento relatando problemas na carne bovina in natura.
Como resposta imediata, o Ministério da Agricultura determinou a interdição de cinco das 15 plantas autorizadas a exportar carne in natura para os EUA – neste caso, os cinco maiores frigoríficos. “Mas ontem (quinta-feira) fomos surpreendidos pela decisão dos EUA em suspender as importações de carne de todas as plantas”, pontuou.
Novacki afirmou que a equipe técnica do Ministério da Agricultura já está respondendo aos Estados Unidos e ressaltou, em mais de um momento durante a entrevista, que nada do que foi citado no documento dos norte-americanos põe em risco a saúde pública. “Após a Operação Carne Fraca, paira um clima de insegurança e incerteza sobre o Brasil”, reconheceu. “Mas o nosso sistema de inspeção é robusto e seguro. Esperamos reverter a suspensão o mais rápido possível”, disse, acrescentando que a resposta aos EUA deve ser enviada na próxima semana. “Programamos também uma visita técnica àquele país.”
De acordo com Novacki, o próprio ministro da Agricultura, Blairo Maggi, expressou disposição de ir aos EUA para esclarecer a questão no âmbito político.