Candidatos ao Senado em Mato Grosso disputam apoio de Bolsonaro

A eleição para uma vaga no Senado em Mato Grosso desencadeou também uma disputa pelo apoio do presidente Jair Bolsonaro. Pelo menos seis candidatos tentam surfar na proximidade com o Palácio do Planalto para atrair votos no pleito, mesmo com Bolsonaro tendo declarado apoio à candidata Coronel Fernanda (Patriota). A eleição é pela cadeira da ex-senadora Juíza Selma (Pode), cassada pela Justiça Eleitoral. É a primeira vez desde 1982 que há eleições simultâneas para os cargos de prefeito, vereador e senador no Estado.

Entre os 11 nomes na disputa, Carlos Fávaro (PSD) tenta se manter no cargo até o fim do mandato, em 2026. O senador, terceiro lugar nas eleições de 2018, tomou posse no lugar de Selma com um mandato-tampão até que nova eleição pudesse ser realizada para os seis anos restantes. De acordo com a Procuradoria Regional Eleitoral, o parlamentar é investigado pela Polícia Federal por suposta dívida com uma gráfica, contratada no período eleitoral em 2018, e suspeita de caixa 2. Em nota, o senador reforçou que não responde a nenhum processo criminal e disse que segue "como sempre esteve, à disposição para colaborar em caso de investigação por parte de qualquer órgão".

Fávaro se aproximou de Bolsonaro durante o mandato e, mesmo sem ter indicado emendas parlamentares no Orçamento federal, intermediou a destinação de recursos diretos liberados pelo Executivo para combate à covid-19. O parlamentar do PSD passou a publicar fotos ao lado de Bolsonaro nas redes sociais e tentou o apoio explícito do chefe do Planalto para a disputa. Ligado ao agronegócio, é apoiado pelo governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), e pelo ex-ministro Blairo Maggi, que ficou fora da disputa.

A eleição traz veteranos disputando a vaga. Nilson Leitão (PSDB), ex-deputado federal, e Pedro Taques (Solidariedade), ex-governador e ex-senador, tentam voltar ao protagonismo nacional. O tucano, por exemplo, é apoiado pelos outros dois senadores mato-grossenses, Jayme Campos (DEM) e Wellington Fagundes (PL). Recentemente, Campos e Fagundes gravaram um vídeo de apoio a Leitão nos corredores do Senado.

O deputado federal José Medeiros (Pode) e os estaduais Sargento Elizeu Nascimento (DC) e Valdir Barranco (PT) também buscam "subir" de nível na política nacional e chegar ao Senado por meio da eleição suplementar. Medeiros já foi senador, mas, com dificuldade de conseguir votos em 2018, foi candidato à Câmara dos Deputados naquela eleição. Agora, tenta voltar ao Salão Azul fazendo propaganda da aliança com Bolsonaro e criticando a esquerda. O deputado é um dos vice-líderes do governo na Câmara.

Entre os candidatos que devem disputar o voto dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, estão o vice-líder do governo na Câmara, José Medeiros, o empresário Reinaldo Morais (PSC), o deputado estadual Sargento Elizeu Nascimento (DC) e Coronel Fernanda (Patriota), nominalmente citada pelo presidente durante as transmissões semanais e para quem Bolsonaro pediu votos.

O chefe do Executivo fez uma transmissão ao vivo surpresa no último sábado, dia 7, ao lado da candidata. Carlos Fávaro e Nilson Leitão, ligados ao agronegócio, também cortejam o eleitorado bolsonarista. "Aqui em Mato Grosso, o bolsonarismo vai um pouco para a questão do combate à corrupção, bem pouco, mas o foco é o agronegócio e a agropecuária", afirmou o analista político Vinícius de Carvalho Araújo.

Posso ajudar?