Esportes

Brasileiros aproveitam camping de judô para treinar com rivais

Por dez dias, a cidade de Saquarema, na Região dos Lagos, tem abrigado algumas das maiores rivalidades do judô mundial. Desde a última terça-feira, delegações de 12 países, além do Brasil, participam de um camping de treinamento promovido pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ), no Centro de Desenvolvimento de Vôlei (CDV).

“Aqui os atletas podem conhecer os movimentos dos adversários, testar novas pegadas”, observou o gestor de alto rendimento da CBJ, Ney Wilson, durante os trabalhos nesta sexta-feira. “O nosso objetivo final com esse treinamento são os Jogos Olímpicos. Mas é claro
que há todo um processo. Antes tem os Jogos Pan-Americano, o Mundial do Casaquistão.”

Entre os judocas está a gaúcha Mayra Aguiar, campeã mundial na Rússia em 2014, e a norte-americana Kayla Harrison, campeã olímpica, que foi derrotada pela brasileira na decisão do último Mundial, na categoria de até 78 quilos.

“Eu acho muito bom treinar com a Mayra. Estar com ela me faz mais esforçada. Nos Estados Unidos, não tem a quantidade de atletas de ponta como tem aqui, o treinamento é muito forte”, considerou a norte-americana, que revelou, além do treino, estar aproveitando o clima quente de Saquarema e o “arroz com feijão” servido no refeitório do CDV.

“Não dá para evitar, o treinamento acaba sendo bom para a Kayla, porque ela passa a conhecer melhor os meus movimentos”, admitiu Mayra. “Mas não penso muito nas minhas adversárias. Procuro focar no meu trabalho e acho que no fim acaba dando certo.”

Após o término das atividades desta manhã, as duas conversaram e chegaram até a brincar e posar juntas para fotografias. Mas Mayra garantiu que na hora do treino, assim como nas competições, não tem moleza. “Sou muito orgulhosa. No treinamento não quero cair nem a pau”, brincou.

A saída do francês Teddy Riner do treinamento de campo na última quinta-feira, em razão de uma contusão no cotovelo, frustrou os planos do brasileiro Rafael Silva. Riner é heptacampeão mundial e principal adversário de Rafael na categoria acima de 100 quilos.

“Desde 2010 ele Riner está invicto. Então, foi ruim a saída. Estava sendo um privilégio ter um atleta com a categoria dele”, lamentou o brasileiro. “Mas os caras que estão aqui são muito bons. No meu clube, não tem tantos pesos para treinar como aqui. Os treinamentos tem sido de qualidade.”

O encontro termina no dia sete de fevereiro. Além de Brasil, Estados Unidos e França, estão presentes as delegações de Itália, Eslovênia, Alemanha, Israel, Áustria, Holanda, Líbano, Portugal, Irlanda e Japão.

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