Ex-presidente do Banco Central e atual diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o economista Carlos Langoni sugeriu nesta quarta-feira, 12, que o Brasil recorra a reformas pró-crescimento, como a abertura da economia, por exemplo, uma vez que os efeitos das reformas tão debatidas na atualidade se materializarão de forma gradual e no longo prazo.
Ao participar do Brasil Summit 2018, organizado pela Thompson Reuters nesta quarta-feira em São Paulo, Langoni destacou a importância de se fazer as reformas previdenciária, tributária e de ajustar as contas públicas, mas ponderou que são todas medidas que dependem da política e autorização do Congresso. “Abertura da economia não precisa de apreciação do Congresso. É um processo que depende apenas de uma nova postura do Brasil em relação ao mundo e à economia internacional”, disse o ex-BC.
Paradoxalmente, continuou Langoni, a situação de estresse entre Estados Unidos, União Europeia, Nafta e países asiáticos abre espaço interessante para o Brasil adotar uma agressiva postura de abertura comercial. “Eu sou daqueles que acham que a abertura estimula a competitividade”, disse o economista. Para ele, esta será a saída para este ciclo de relativa estagnação.
“Temos que negociar com a União Europeia, com a Inglaterra que agora sai da UE pelo Brexit, com a Costa do Pacífico, com o México, e fazer um acordo estratégico com a China, que é um grande investidor e um grande parceiro comercial do Brasil”, afirmou.