Economia

Dólar segue influência externa e sobe 0,98%, para R$ 3,27

O fortalecimento do dólar no mercado internacional manteve a moeda americana em alta ante o real durante a maior parte desta quarta-feira, 7. A divisa terminou a sessão de negócios cotada a R$ 3,2747 no mercado à vista, em alta de 0,98%, em sintonia com a valorização observada ante moedas fortes e emergentes. Pela manhã, a cotação chegou a cair pontualmente, atingindo a mínima de R$ 3,2383 (-0,14%). Na máxima, à tarde, bateu os R$ 3,2841 (+1,27%).

No período vespertino, o principal destaque foi o acordo bipartidário nos Estados Unidos em torno do orçamento do país, que evita a paralisação da administração Donald Trump. Houve ainda fatores secundários que contribuíram para impulsionar a alta do dólar, como a queda expressiva dos preços do petróleo e a forte desvalorização do euro, que teve forte influência no desempenho do Dollar Index (DXY), que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de moedas fortes.

Pouco depois das 16h (horário de Brasília), os líderes no Senado dos partidos Republicano, Mitch McConnell, e Democrata, Chuck Schumer, anunciaram um acordo orçamentário de dois anos, de cerca de US$ 400 bilhões, que vai destinar recursos para o Pentágono e programas sociais do governo. A notícia teve efeito direto sobre a moeda norte-americana e sobre os juros dos Treasuries, apesar de o entendimento ainda necessitar ser votado pelos legisladores, em meio ao desconforto pela ausência de uma definição sobre a política de imigração. Com isso, o dólar acelerou o ritmo de alta com o qual já vinha operando ante o real.

“A valorização do dólar diante do acordo é algo natural e esperado, apesar de a questão da imigração não ter sido votada. Mas é um evento que não altera a tendência do dólar lá fora, que ainda é de volatilidade forte”, disse José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos. Para ele, os mercados ainda tendem à instabilidade devido às perdas da última segunda-feira, que ainda estão em “processo de cicatrização”.

Pela manhã, o dólar chegou a cair pontualmente, influenciado pelo fluxo cambial positivo e pelo leilão de contratos de swap cambial do Banco Central, que contribuiu para absorver a demanda. O BC vendeu o lote integral de 9.500 contratos, com valor total de US$ 475 milhões, em leilão de rolagem integral dos contratos que vencem em 1º de março. A consolidação do viés positivo veio à tarde e ganhou força com a queda do petróleo e o acordo no Congresso dos EUA.

Posso ajudar?