O principal tema a ser debatido nesta segunda-feira, 19, na reunião do G-20 (grupo que reúne as vinte maiores economias do mundo) em Buenos Aires, na Argentina, é o comércio internacional. A afirmação foi feita pela manhã pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista à Rádio CBN.
“O tema de maior relevância hoje no Mercosul será o comércio internacional”, disse o ministro, direto da Argentina. Ao se referir à sobretaxação das importações do aço e do alumínio pelo governo dos Estados Unidos, Meirelles disse que as “medidas protecionistas tomadas recentemente acabam voltando ao debate” num momento em que os países de todo mundo discutem e anseiam uma maior abertura comercial.
“Acredito que haverá um comunicado sobre a abertura comercial no fim da reunião do G-20”, disse o ministro da Fazenda. Meirelles afirmou ainda que o Brasil está analisando a hipótese de impetrar uma ação contra os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC), mas que por enquanto a recomendação é esperar um pouco mais para que os EUA deixem claro o que realmente querem. “Os Estados Unidos precisam deixar claro o que querem até mesmo para eles mesmo”, disse Meirelles.
Segundo Meirelles, quanto maior for a abertura comercial no mundo, maior será a competitividade mundial e menores serão os preços que chegarão ao consumidor final.
Copom
O ministro também disse que o melhor que o titular da Fazenda tem a fazer é não opinar sobre política monetária. A afirmação foi feita ao ser questionado em entrevista à CBN sobre o que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deverá fazer com a taxa de juros básica da economia brasileira no encontro do colegiado nestas terça e Quarta-feira (dias 20 e 21).
Meirelles voltou a dizer que quando foi presidente do BC defendeu que as tentativas de intervenção do então ministro da Fazenda na autarquia não eram produtivas. “Continuo com essa minha opinião”, afirmou.
Ao reiterar que a Fazenda não deve interferir no BC, Meirelles se referiu ao ex-ministro Guido Mantega, que durante sua gestão tentou por inúmeras vezes influenciar as decisões da autoridade monetária.