Dólar recua com otimismo sobre vitória de Biden e avanço na pauta do Congresso

O dólar no mercado à vista segue colado à tendência de baixa no exterior em meio ao apetite por risco global com a chance de vitória de Joe Biden na eleição presidencial dos EUA. A apuração parcial mostra que Biden já obteve 264 votos no colégio eleitoral, contra 214 de Trump. Para conquistar a Casa Branca, são necessários 270 votos.

Avanços na pauta do Congresso brasileiro ajudam também na queda do dólar, segundo operadores. Parlamentares derrubaram o veto do presidente Jair Bolsonaro à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos até o fim de 2021 e também aprovaram o início do pagamento a Estados ainda neste ano da dívida da União relativa à Lei Kandir.

Na quarta-feira, o dólar já havia caído, refletindo o otimismo mundial com possível vitória do democrata à Casa Branca, ainda que os republicanos possam continuar sendo maioria no Senado dos EUA, criando dificuldades para aumento de impostos e um pacote fiscal de estímulos mais robusto defendidos por Biden.

Com a agenda de dados interna mais fraca, fica no radar também o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em eventos abertos à tarde, além da decisão de política monetária do Federal Reserve (16h) com entrevista do seu presidente, Jerome Powell (16h30).

Campos Neto reafirmou em "live" ontem à noite o que já havia sido dito na ata e comunicado do Copom: que a inflação é temporária e que o BC está monitorando a escalada dos preços. "Uma das dimensões da inflação hoje é o câmbio. Com a desvalorização mais persistente do câmbio, você começa a ter mais repasse", avaliou. Ele também ressaltou que o governo deve voltar para o mundo de controle fiscal, após os gastos emergenciais importantes feitos durante a pandemia, reafirmando a necessidade de austeridade fiscal para manter os juros baixos.

Às 9h29 desta quinta-feira, 5, o dólar à vista caía 0,81%, a R$ 5,6058. O dólar futuro de dezembro recuava 0,84%, a R$ 5,6105.

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