Economia

Juros fecham em alta firme, nas máximas, após dólar retomar nível de R$ 3,55

Os juros futuros fecharam a sessão regular desta segunda-feira, 7, em alta firme e boa parte deles nas máximas do dia, na medida em que o dólar voltava a acelerar os ganhos ante o real, se firmando novamente acima dos R$ 3,55. A moeda, por sua vez, se fortalece na esteira do crescimento da percepção em torno de quatro elevações de juros nos Estados Unidos em 2018.

Com o movimento do câmbio, o mercado questiona possíveis impactos na condução da política monetária também no Brasil. A aposta majoritária segue em torno de um corte da Selic em maio, de 0,25 ponto porcentual, para 6,25% ao ano, embora alguns players vejam essa decisão em xeque em função do movimento do dólar. Do mesmo modo, se esse choque cambial for permanente, o Banco Central pode ter de antecipar o ciclo de aperto monetário, na visão de parte dos profissionais.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou 6,300%, de 6,274% no ajuste anterior, e a taxa do DI para janeiro de 2020 terminou na máxima de 7,13%, ante 7,06% no último ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2021 também fechou na máxima, a 8,16%, de 8,04% no ajuste da sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 subiu de 9,23% para 9,33% (máxima).

Perto das 16h30, o dólar à vista subia 0,94%, aos R$ 3,5582, na máxima. “A intervenção do Banco Central na semana passada foi com o dólar no nível de R$ 3,55. Com isso, volta o receio de que possa não haver queda da Selic na próxima reunião”, disse o economista Bernard Gonin, da Rio Gestão.

Segundo ele, no entanto, a curva do DI segue precificando em torno de 70% de chance de redução da taxa básica na semana que vem. “Esse desconforto é mais uma questão de proteção de carteira do que de que não vai cortar”, completou.

O risco de aperto monetário mais forte nos Estados Unidos é o principal impulso para o dólar atualmente no mundo. Nesta tarde, o presidente da distrital de Richmond do Federal Reserve, Thomas Barkin, afirmou que o Fed deve continuar elevando as taxas.

Disse que o nível, entre 1,50% a 1,75%, ainda está impulsionando a economia e que é “difícil argumentar” se a política atual é correta, com o desemprego baixo e a inflação “essencialmente” na meta de 2% do banco central. Afirmou também que o crescimento dos salários mostra “alguma firmeza”, que o desemprego pode cair para níveis nunca vistos em 50 anos e que a expansão do emprego é forte dado o crescimento potencial da força de trabalho dos EUA.

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