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Maracanã demite funcionários e aumenta os rumores sobre o fim da concessão

O consórcio que administra o Maracanã demitiu 75% de seus funcionários nesta segunda-feira, aumentando os rumores de que está em vias de devolver a concessão do estádio ao governo do Estado do Rio de Janeiro. A possibilidade de rompimento de contrato – que tem duração prevista até 2048 – ganhou força no segundo semestre do ano passado em razão dos milionários déficits que a operação da arena vem apresentando.

O Maracanã já havia reduzido a sua equipe de trabalho em outubro, quando demitiu 40% dos funcionários (eram 80 no total). Nesta segunda, outros 36 foram desligados. Segundo o consórcio, trata-se de “mais um passo do planejamento para desmobilização gradativa do seu quadro de integrantes, a fim de se adaptar ao período de uso exclusivo dos Jogos Olímpicos, quando cederá suas instalações ao Comitê Rio-2016 por até nove meses”.

O prazo de nove meses, porém, não condiz com o planejamento do Rio-2016. Também passando por aperto financeiro e revendo todos os seus custos, a entidade pretende administrar tanto o Maracanã quanto o Engenhão por seis meses. “Nós assumiremos o Maracanã apenas no dia 15 de abril e até lá não temos nada a opinar sobre o estádio. Essa discussão (entrega da concessão) não é nossa”, declarou Mario Andrade, diretor de Comunicação do Rio-2016. Ele assegurou que o imbróglio não preocupa o comitê.

PREJUÍZOS – Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo publicada em dezembro passado mostrou que a operação do estádio do Maracanã vem apresentando déficit todos os anos. No balanço financeiro de 2013, a Concessionária Maracanã – formada pela empreiteira Odebrecht, que detém 95% dos ativos, e pela norte-americana AEG – apresentou prejuízo de R$ 48 milhões, enquanto que no exercício do ano seguinte a conta ficou negativa em R$ 77,2 milhões. A divulgação do balanço de 2015 deve apresentar prejuízo mais uma vez.

Oficialmente, tanto a Concessionária Maracanã quanto a Casa Civil do governo fluminense asseguram que as duas partes ainda negociam. Ambas, inclusive, usaram a mesma expressão – busca por um “reequilíbrio do contrato de concessão” – para destacar que o rompimento do acordo ainda não é definitivo.

O governo do Rio de Janeiro concorda que os termos da concessão precisam ser revistos. No edital de licitação estava estabelecido que a empresa que assumiria a gestão do estádio teria direito a construir estacionamentos e lojas nos locais onde ficam o Museu do Índio, o Parque Aquático Júlio Delamare, o estádio de atletismo Célio de Barros e a escola municipal Arthur Friedenreich, todos localizados no entorno do Maracanã. Mas, posteriormente, a demolição de todos essas edificações foi impedida em 2013 por decisão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), devido à repercussão negativa.

Os prejuízos financeiros têm relação direta com a mudança no escopo do contrato. “O Maracanã vem realizando esforços contínuos para reduzir os custos fixos, minimizar os prejuízos operacionais e se adequar aos impactos da alteração unilateral do contrato de concessão e aos períodos de interrupção da operação como na Copa do Mundo e Olimpíada”, informou a concessionária, em nota.

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