No estádio Independência, em Belo Horizonte, o Atlético Mineiro se transforma. Precisava de uma vitória sobre o Palmeiras para não deixar o líder do Campeonato Brasileiro, o Corinthians, se distanciar na tabela de classificação. E assim foi, neste domingo, pela 20.ª rodada. A vitória por 2 a 1 foi construída no primeiro tempo, com Lucas Prato recuperando seu faro de gol após quatro rodadas em branco e com o pequeno Luan infernizando a defesa palmeirense, principalmente nas costas de Egídio, o ponto fraco do time paulista em Minas Gerais.
Mas ninguém pode dizer que não foi uma partida franca, de muita correria, poucas faltas e erros de passes e bem disputada até o fim. A bola não ficou com o Palmeiras, como queria o técnico Marcelo Oliveira. Um erro, mas que se pode entender quando se enfrenta um Atlético “com a faca nos dentes”, babando pelo três pontos em casa.
Ocorre que poderia ter sido melhor para o visitante, que mirava o G-4. Rafael Marques, que não era nem para sair jogando (ele foi escalado porque Cleiton Xavier se machucou na coxa antes da viagem e foi cortado), estava lento, segurando demais a bola, dançando na frente da marcação e quase sempre perdendo a bola. Como o Palmeiras se propôs a sair em velocidade nas brechas encontradas, o atacante atrapalhou bem.
Mas nem de longe foi o pior jogador do Palmeiras. Esse foi Egídio. Irreconhecível em Minas Gerais. A maioria das jogadas ofensivas do Atlético era nas suas costas. Perdeu-se entre marcar Marcos Rocha e o endiabrado Luan. Poderia ter tido uma ajuda mais consistente de Zé Roberto. Não teve. Egídio também abusou dos erros de passes e bolas perdidas. Marcelo Oliveira viu tudo isso e sacou o lateral-esquerdo no intervalo. Robinho entrou no meio e Zé Roberto, na esquerda.
A pressão do Atlético foi grande. E não seria demais dizer que foi por culpa do gol do Palmeiras, de Andrei Girotto, logo aos 4 minutos, na melhor e mais lúcida jogada do time na primeira etapa. Lucas cruzou e o volante meteu a cabeça, com estilo e força.
A partir daí, do gol, a vida do Palmeiras no Independência virou um inferno, com muita correria, movimentação e penetração dos jogadores do time de Minas Gerais. Na área do goleiro Fernando Prass, que também errou em bolas aéreas, Lucas Pratto estava a fim de recuperar a fama de goleador.
O centroavante argentino atacou com dois gols, aos 17 e aos 36, este de pênalti (Lucas forçou por trás em Giovanni Augusto). Com a virada para 2 a 1, o Atlético se postou na etapa final com a qualidade de quem já liderou o Nacional. O Palmeiras foi para cima e teve chances. O transformado clube mineiro correu menos, mas também teve chances. E colou no líder.
Tem agora 39 pontos, quatro atrás do Corinthians e dois na frente do Grêmio, que o havia alcançado na rodada anterior. Já o Palmeiras, com 31 pontos, segue em quinto lugar e perdeu a chance de entrar no G4 com a derrota do Fluminense, que tem 33.
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-MG 2 x 1 PALMEIRAS
ATLÉTICO-MG – Victor; Marcos Rocha, Edcarlos, Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete, Rafael Carioca, Luan (Dátolo) e Giovanni Augusto (Guilherme); Thiago Ribeiro (Patric) e Lucas Pratto. Técnico: Levir Culpi.
PALMEIRAS – Fernando Prass; Lucas, Jackson, Vitor Hugo e Egídio (Robinho); Amaral, Andrei (Gabriel Jesus), Zé Roberto e Dudu; Rafael Marques e Alecsandro (Barrios). Técnico: Marcelo Oliveira.
GOLS – Andrei, aos 4, e Lucas Pratto, aos 17 e aos 36 (pênalti) minutos do primeiro tempo.
CARTÕES AMARELOS – Jemerson (Atlético-MG); Lucas e Dudu (Palmeiras).
ÁRBITRO – Sandro Meira Ricci (Fifa/SC).
RENDA – R$ 683.385,00.
PÚBLICO – 17.464 pagantes.
LOCAL – Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG).