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Normas de uso de TV para auxiliar árbitros no futebol brasileiro saem até julho

A Comissão de Arbitragem da CBF espera concluir até o meio do ano o protocolo necessário para colocar em prática o uso do árbitro de vídeo. O objetivo é adotar o recurso no fim de julho ou início de agosto, no Campeonato Brasileiro da Série A. Para isso, é preciso estabelecer as normas de funcionamento.

O uso experimental do árbitro de vídeo foi aprovado no sábado pela International Board, órgão responsável por regulamentar as regras do futebol. Apenas em 2018 haverá decisão sobre adoção definitiva ou não do recurso.

Cálculos da CBF estimam em R$ 15 milhões custo da implantação do sistema. O valor será gasto essencialmente com a compra de equipamentos, e também com treinamento de árbitros e pessoal da área técnica.

A fase atual de estudos está destinada a estabelecer modos de procedimento. Detalhes como, por exemplo, a maneira como o árbitro de campo vai informar a jogadores e público que a decisão sobre um lance analisado foi a tomada inicialmente por ele – que nesse caso será mantida – ou foi reformulada após o auxílio do árbitro de vídeo. A palavra final sempre será do árbitro de campo.

“Temos de concluir todo o protocolo para então colocar em prática. E também será preciso divulgar bastante, para que todos saibam como vai funcionar”, disse à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo Manoel Serapião Filho, diretor técnico da Escola Nacional de Arbitragem do Futebol e responsável pelo projeto enviado pela CBF à International Board, e que serviu de base para a aprovação dos testes.

O “pacote” relacionado à experiência com o árbitro de vídeo não está fechado, embora as diretrizes básicas já estejam estabelecidas. No dia 11 de abril, encontro do painel consultivo técnico da International Board a ser realizado na Alemanha vai discutir ideias para o estabelecimento de normas.

DISCUSSÃO – Mudanças podem ocorrer. Serapião, por exemplo, é contra a sugestão da Holanda de usar o árbitro de vídeo também para lances interpretativos. “Creio que nesse primeiro momento é melhor nos atermos aos lances claros e inequívocos”, prefere. “Tirou a bola com a mão ou não? A falta foi fora ou dentro da área?”

Do formato final sairá a definição sobre se serão utilizados um ou dois árbitros e a quantidade de câmeras. No Brasileirão, o recurso, quando adotado, será utilizado em todos os jogos – com o mesmo número de câmeras. Os equipamentos serão móveis, retirados após as partidas, e todos os estádios terão de destinar um espaço específico para acomodar equipamentos e árbitros de vídeo – Serapião defende que ex-juízes possam ser treinados para atuar.

De acordo com ele, a CBF prefere criar uma estrutura que lhe permita fazer a geração das próprias imagens dos jogos. Mas também se fala nos bastidores em fazer associação com a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão do Brasileiro, a fim de reduzir os custos. Procurada pela reportagem, a emissora, por meio de seu departamento de comunicação, informou: “Não recebemos nenhum pedido oficial de ajuda neste projeto”.

TESTE DOS EUA REVELA RAPIDEZ – O uso do vídeo para ajudar os árbitros no futebol não afetará o ritmo de jogo. A conclusão é da MLS, a liga americana da modalidade, baseada em estudos que revelaram não haver impacto negativo do uso da tecnologia no jogo.

O levantamento revela que a consulta de um replay, sua comunicação ao árbitro e a decisão tomariam, ao todo, o mesmo tempo em média que um jogo sem a tecnologia levaria para ser reiniciado depois de lance polêmico.

Os testes foram realizados em segredo. Durante as últimas duas temporadas, os times de Philadelphia Union, Vancouver Whitecaps e o Real Salt Lake testaram o sistema, em três situações de jogo: cartão vermelho, situação de gol e na marcação de um pênalti.

Os estudos indicam que o exame das imagens poderia levar até 40 segundos, enquanto a comunicação e o apito outros 20 segundos. COLABOROU JAMIL CHADE, DE ZURIQUE.

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