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Chile vence Peru e volta à final da Copa América após 28 anos

A seleção chilena está a um passo de ser campeã da Copa América pela primeira vez. Para delírio da torcida que lotou o Estádio Nacional em Santiago, a equipe aproveitou o fato de contar com um jogador a mais desde o primeiro tempo e venceu um dos melhores jogos do torneio até o momento, ao fazer 2 a 1 sobre um valente Peru nesta segunda-feira. O resultado levou os anfitriões à final da competição.

Agora, o Chile espera para conhecer seu adversário na decisão. Ele sairá do confronto desta terça-feira entre Argentina e Paraguai, em Concepción. A grande final está marcada para sábado, em Santiago, e os donos da casa lutam para não repetir as campanhas de 1955, 1956, 1979 e 1987, quando bateram na trave e ficaram com o vice.

Já o Peru pode se orgulhar de ter chegado à semifinal pela segunda vez seguida – ficou em terceiro há quatro anos, na Argentina – e de ter feito um grande jogo nesta segunda. Mesmo com um jogador a menos desde os 19 minutos, após a expulsão de Zambrano, incomodou, marcou o seu gol e assustou, mas não resistiu à noite iluminada de Eduardo Vargas, que balançou a rede duas vezes e garantiu a classificação chilena.

O JOGO – O começo foi extremamente movimentado e o Chile demorou somente dois minutos para criar sua primeira chance. Albornoz lançou Vargas, que levou a melhor na disputa de corpo dentro da área e bateu firme, mas foi travado. Parecia que os donos da casa mandariam na partida, mas parou por aí. Logo o Peru assumiu o controle e passou a assustar mais.

Aos oito minutos, o primeiro grande susto para os chilenos. Guerrero brigou pela esquerda e cruzou na cabeça de Farfán, que cabeceou no canto direito de Bravo. A bola tocou na trave. Aos 16, Guerrero, novamente saindo pelos lados do campo, ganhou pela lateral e rolou para Lobatón bater na rede pelo lado de fora.

A surpreendente superioridade peruana, no entanto, duraria pouco. Logo aos 19 minutos, Zambrano acertou a sola da chuteira nas costas de Aránguiz e foi expulso. Imediatamente o jogo mudou de lado e o Chile passou a exercer intensa pressão, com muita movimentação nas peças de ataque, característica dessa seleção.

Foi assim que Valdivia quase marcou aos 27 minutos, depois de receber de Alexis Sánchez na entrada da área e bater à esquerda. Aos 34, a dupla funcionou de novo. Valdivia arrancou e rolou para Sánchez, que cruzou para o meio. A bola chegou até Vargas, que bateria para o gol vazio, mas Advíncula se atirou na frente da bola e salvou o Peru.

Do outro lado, um inspiradíssimo Guerrero tentava como podia deixar o Peru no jogo, e quase complicou ao criar boa jogada para Farfán aos 38. Mas a pressão chilena era insuportável, e três minutos depois o Estádio Nacional explodiu em festa. Sánchez recebeu pela esquerda e cruzou, Aránguiz deixou a bola passar e ela tocou na trave. No rebote, Vargas, em posição irregular, dominou, se complicou, mas conseguiu empurrar a bola vagarosamente para o gol.

Na volta para o segundo tempo, o Chile demorou somente dois minutos para marcar, mas o auxiliar desta vez viu impedimento inexistente de Vargas. Parecia que os donos da casa seguiriam com o domínio completo das ações, mas o Peru se mostrou ousado e foi para cima mesmo com um a menos, deixando o jogo aberto. Aos oito, Farfán exigiu boa defesa de Bravo em cabeçada da marca do pênalti.

A valentia peruana seria recompensada aos 15 minutos. Após roubada de bola na defesa, a bola chegou em Guerrero, que deu enfiada perfeita para Advíncula. O lateral aproveitou o espaço dado por Mena, chegou à linha de fundo e cruzou. Na tentativa de impedir que Carrillo o antecipasse, Medel mergulhou e tocou contra o próprio gol.

Só que o susto chileno durou apenas três minutos. Quem errou na defesa desta vez foi o Peru, Guerrero perdeu na intermediária e a sobra ficou para Eduardo Vargas, que ajeitou e encheu o pé, mesmo de muito longe. O chute foi forte e o efeito enganou Gallese, que foi mal para a bola e viu ela parar na rede.

O Peru não se renderia e o técnico Ricardo Gareca mostrou-se mais uma vez ousado, ao apostar no atacante Pizarro na vaga do meio-campista Carrillo mesmo com um a menos. Mas, cansada, a equipe viu o Chile ficar mais próximo de marcar. Valdivia, aos 33, e Vidal, já aos 45, chegaram muito próximos. Não faria falta, a vaga já estava garantida.

FICHA TÉCNICA:

CHILE 2 X 1 PERU

CHILE – Cláudio Bravo; Maurício Isla, Gary Medel, José Rojas e Albornoz (Mena); Marcelo Díaz (Pizarro), Aránguiz, Arturo Vidal e Valdivia (Felipe Gutiérrez); Eduardo Vargas e Alexis Sánchez. Técnico: Jorge Sampaoli.

PERU – Gallese; Advíncula, Carlos Ascues, Carlos Zambrano e Juan Vargas; Carrillo (Pizarro), Ballón, Lobatón (Yotún) e Cueva (Ramos); Farfán e Guerrero. Técnico: Ricardo Gareca.

GOLS – Eduardo Vargas, aos 41 minutos do primeiro tempo. Gary Medel, contra, aos 15, e Eduardo Vargas, aos 18 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – José Argote (Fifa/Venezuela).

CARTÃO AMARELO – Carlos Zambrano (Peru).

CARTÃO VERMELHO – Carlos Zambrano (Peru).

RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.

LOCAL – Estádio Nacional, em Santiago (Chile).

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