Esportes

Presidente da Federação Italiana quer ver Ranieri no comando da seleção

Comandar aquela que foi uma das maiores zebras da história do futebol definitivamente mudou o status de Claudio Ranieri. Depois de quase 30 anos de carreira sem grandes conquistas, o treinador italiano passou de extremamente questionado a cobiçado até pela seleção de seu país ao levar o Leicester ao surpreendente título inglês desta temporada. E tudo isso aos 64 anos de idade, quando sua trajetória parecia estar na descendente.

Nesta segunda-feira, o presidente da Federação Italiana de Futebol (FIGC) revelou publicamente que gostaria de ver Ranieri à frente da seleção. “Estou falando disso em uma forma abstrata, não para a próxima Copa do Mundo. Claudio é jovem e tem tempo pela frente”, declarou Carlo Tavecchio.

Segundo o dirigente, o principal obstáculo para acertar com o treinador seria a dificuldade de tirá-lo do Leicester após ele se tornar um verdadeiro herói local. “Em sua segunda terra natal esportiva (Inglaterra), ele ainda tem muito para alcançar. Não acho que seria fácil privá-lo desta oportunidade.”

Ranieri chegou ao Leicester no início desta temporada e levou ao título nacional uma equipe que só se salvou do rebaixamento no ano passado graças a uma reação inesperada na reta final. Revelou nomes como Mahrez e Jamie Vardy e, após o sucesso, já avisou que quer permanecer para disputar a Liga dos Campeões em 2016/2017. “De todos os títulos conquistados por italianos, o feito de Claudio é incomparável”, resumiu Tavecchio.

Tratou-se de uma ascensão meteórica em uma carreira de pouco destaque até então. Ranieri até já passou por times grandes como Chelsea, Atlético de Madrid e Inter de Milão, mas tinha apenas uma Copa da Itália, com a Fiorentina, e uma Copa do Rei, com o Valencia, como conquistas de primeira divisão. Antes de assumir o Leicester, foi dispensado pela seleção grega após uma campanha pífia nas Eliminatórias para a Eurocopa deste ano e uma derrota para as Ilhas Faroe em casa.

Nesta segunda, no entanto, esteve em Roma para receber o prêmio Enzo Bearzot, dado anualmente pela FIGC ao melhor técnico do país na última temporada. “Eu ainda estou aprendendo. Eu ainda sou o mesmo treinador que foi demitido pela Grécia. Depois disso, viajei pela Europa para ver como outros técnicos atuam. Não pensem que o esporte é uma estrada para fazer dinheiro. Pensem nele por seus valores sociais”, pediu.

Tavecchio admitiu o desejo de ver Ranieri como substituto de Antonio Conte, que deixará o comando da seleção italiana após a Eurocopa para assumir o Chelsea. “O Antonio está fazendo um grande trabalho. Estou triste por ele estar deixando a seleção nacional, mas feliz por estar se juntando a mim na Inglaterra”, disse o técnico do Leicester.

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