Etiene Medeiros, principal nome da natação brasileira, deverá ficar fora da Olimpíada. Ela testou positivo para a substância Fenoterol, utilizada no tratamento de asma, doença que ela sempre conta que controlou com a ajuda da natação. A nadadora do Sesi-SP ainda não está suspensa preventivamente, o que deve acontecer nas próximas horas.
A Agência Estado apurou que ela testou positivo para Fenoterol no dia 8 de maio, em um teste surpresa, fora de competição, realizado pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).
O advogado Marcelo Franklin, que defende a velocista Ana Cláudia Lemos em suspensão por doping e que recentemente conseguiu a absolvição de Maria Elisa, do vôlei de praia, depois de ela testar positivo para diurético, é quem está cuidando do caso.
Ele foi informado extraoficialmente na terça-feira a respeito do resultado da contraprova do exame e deve começar a preparar a defesa. A assessora dele informou que ele não comentaria o caso até a notificação oficial do resultado da contraprova.
Etiene estava inscrita para nadar cinco provas nas etapas de Canet (França) e Barcelona (Espanha) do Mare Nostrum, respectivamente há uma semana e no fim de semana passado. Ela não participou da competição, sem que a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) desse qualquer explicação. Agora se sabe que ela já tinha conhecimento do resultado analítico adverso, o que a faria perder as medalhas em caso de eventual suspensão. Optou por não nadar.
A reportagem tentou contatar Fernando Vanzella, técnico pessoal da nadadora, da equipe do Sesi e da seleção brasileira, mas ele não atendeu as ligações.
Etiene fez índice para quatro provas individuais e se classificou para mais dois revezamentos na Olimpíada. Só estaria, entretanto, em quatro provas no total: 50m livre, 100m livre e 50m costas, além do revezamento 4x100m livre. Ela abriu mão dos 100m borboleta (assim como havia feito no Mundial de Kazan) e do revezamento 4x100m medley, ainda que Vanzella admitisse escalá-la caso de uma improvável ida à final.
A pernambucana foi a primeira nadadora brasileira a ganhar medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, em Toronto, ao vencer os 100m costas. Também foi a primeira campeã mundial (nos 50m costas, no Mundial Indoor de Doha, em 2014) e a primeira a subir ao pódio em Mundiais de piscina longa, com a prata nos 50m costas em Kazan, ano passado. Os 50m costas, vale lembrar, não é prova olímpica.
Por meio de curta nota oficial distribuída na manhã desta quarta-feira, o SESI manifestou apoio à atleta, mas sequer citou a palavra doping e ainda se mostrou confiante de que a nadadora estará presente na Olimpíada de 2016.
“A nadadora Etiene Medeiros é um dos orgulhos do Sesi-SP. Campeã mundial, medalha de ouro nos Jogos Pan Americanos e recordista em diversas provas, Etiene é um exemplo para centenas de atletas e milhares de alunos do Sesi São Paulo. Sua trajetória, uma história de esforço, dedicação e seriedade, mostra que vale a pena apostar no esporte e investir na formação dos nossos jovens”, enfatizou o clube, para em seguida finalizar: “Nós, da família Sesi-SP, estamos do lado da nossa atleta, e torcendo por nossa campeã, que irá nos representar nos Jogos Olímpicos do Rio e lutar por mais medalhas para o Brasil”.