Guarulhense, Anísio Souza Silva, 47 anos, viveu no esporte momentos inesquecíveis e almejados por muitos atletas. No Salto Triplo, sua especialidade no Atletismo, representou o Brasil nos Jogos Olímpicos de Barcelona, na Espanha, em 1992, e em Atlanta, nos Estados Unidos, quatro anos mais tarde. Entretanto, mesmo com um passado de respeito, ele acredita que pouco ou quase nada contribuirá a passagem da Tocha Olímpica para um possível processo de resgate do esporte local.
“É triste porque Guarulhos já foi considerada a ‘Capital Nacional do Esporte’, principalmente no Atletismo, que revela muito atleta. Eu tenho muito atleta revelado aqui em Guarulhos. A gente fica triste com a situação atual. Falta verba, falta incentivo e a gente não consegue fazer nada. Estamos vendo crianças talentosas passando por aqui e a não podemos fazer nada”, explicou o atleta olímpico Anísio Silva.
Saudosista, Anísio, além de relembrar as conquistas guarulhenses em diversas modalidades esportivas ao longo dos anos em diversas modalidades, acredita que a passagem do maior símbolo dos Jogos Olímpicos pela cidade que ostenta a 4ª maior economia do maior estado da Federação e o 13º PIB (Produto Interno Bruto) do País não trará benefícios para estimular a prática esportiva no município.
“Poderia ser. Eu acho meio difícil. Vai ser somente uma simples passagem e acabou. Você motivar, você fomentar um espirito de renovação entre as cidades que vão receber a passagem da Tocha Olímpica para tentar resgatar mesmo o esporte na cidade. Eu acho que o espirito olímpico é isso. Mas tinha que ter um cara no Poder Público que desse uma maior atenção ao esporte”, disse.
Apesar de lamentar o atual estado em que se encontra o esporte guarulhense, Anísio entende que sua participação no revezamento da Tocha em sua cidade natal representa e vem a coroar o seu ciclo como atleta olímpico. Contudo, ele encerrou sua entrevista concedida ao GuarulhosWeb pedindo maior apoio e participação do Poder Público nas políticas públicas voltadas ao esporte para que mais jovens possam desfrutar dos conhecimentos e da formação que a sua prática pode proporcionar.
“É um fechamento do ciclo olímpico como atleta. A gente fez duas olimpíadas e sempre fiz um bom trabalho representando Guarulhos no cenário nacional e internacional. Então, acho que é um coroamento como atleta. A gente tem que tirar dinheiro do bolso e nesta crise financeira que estamos passando fica complicado custear isso. É lamentável e o que fica é o sentimento de tristeza”, concluiu.
