Jogador mais experiente da equipe olímpica brasileira, apesar de ser estreante em seleções, Fernando Prass não enxerga como pressão o fato de disputar os Jogos do Rio em casa. O goleiro de 38 anos também considera que a possibilidade de conquistar a inédita medalha de ouro é uma oportunidade, e não como um problema.
“Jogar diante da nossa torcida não é peso. Eu sempre disse que, pelo Palmeiras, eu prefiro mil vezes jogar no Allianz Parque do que na casa do adversário”, disse o goleiro na tarde desta segunda-feira, em entrevista coletiva na Granja Comary, em Teresópolis. “Para jogadores de ponta, como são todos aqui, essa pressão é estimulante. Temos de usar isso a nosso favor. Nós é que temos de criar esse diferencial, com atuações boas e entrega em campo.”
Para ele, o que o grupo precisa saber fazer é filtrar as coisas, boas e ruins, que aparecerão a partir de agora e saber peneirar bem, para explorar os aspectos positivos. Prass não faz nenhuma comparação, por exemplo, com o que aconteceu na Copa do Mundo de 2014, quando a seleção brasileira sucumbiu à pressão de ter de conquistar o título em casa.
“Dificilmente eu comento grupos que não participei porque internamente se tem outra leitura. Mas é óbvio que a questão emocional é muito importante. Não podemos comparar porque são indivíduos diferentes, com reações diferentes”, disse o goleiro.
Um dos jogadores mais cotados para ser o capitão da seleção brasileira, Fernando Prass garante que não se preocupa com isso. “Não me passa pela cabeça ser ou não ser, até porque sempre falei isso no Palmeiras, o capitão é uma mera formalidade para assinar súmula e representar time no sorteio e perante o árbitro na partida”, afirmou. “Nada proíbe o cara que está sem a faixa ter as mesmas funções que o capitão.”
De acordo com o Palmeiras, capitão não tem de ser necessariamente um jogador que fala, que grita. “Já estive em muito vestiário em que o principal líder é o cara que de fora passava totalmente despercebido.”