Esportes

GUARULHOS NAS OLIMPÍADAS – Millene Figueiredo revela mágoa por ser excluída na cidade

Foram mais de dez anos dos quinze dedicados ao esporte guarulhense. Atleta de handebol, Millene Figueiredo, natural de Guarulhos, 33 anos, foi uma das 120 pessoas que conduziram a Tocha Olímpica nesta segunda-feira, 18, na cidade de Ribeirão Preto. No entanto, a atleta olímpica, que defendeu as cores brasileira nos Jogos de Atenas, na Grécia, no ano de 2004, diz sentir-se desprestigiada por não ter a oportunidade de participar do revezamento em sua cidade natal. Porém, apesar dos quase 400 km distantes, classificou o ato como um desfecho com chave de ouro de sua carreira como atleta.
 
“Fiquei bem chateada. Disseram que a Tocha iria passar em Guarulhos e que eu poderia participar. Todos me questionavam pela história que tenho com o esporte local se eu iria conduzir. Fico chateada por que a minha carreira inteira foi praticamente em Guarulhos. Joguei por dez anos. Fui nove vezes campeã paulista, campeã brasileira, Jogos Abertos, Jogos Regionais, além de títulos individuais e enaltecer o nome da cidade. Mas fechei a minha história com chave de ouro”, disse  Millene Figueiredo.
 
No hall dos poucos mais de mil atletas olímpicos que tiveram a oportunidade de defender o País nas mais variadas modalidades esportivas em Olimpíadas, Millene revelou, em entrevista ao GuarulhosWeb, que, por ora, pensou em desistir de participar do evento. Contudo, ela ressaltou que o fato de ter representado o Brasil falou mais alto e acabou aceitando conduzir o maior instrumento dos Jogos a quase 370 quilômetros de sua cidade natal.
 
“Quando me deram a possibilidade de conduzir a Tocha em Ribeirão Preto, confesso que pensei umas dez vezes, por que achei que não faria sentido conduzir lá se fiz a minha carreira em Guarulhos. Mas aí entendi que, além de Guarulhos, eu representei o Brasil, então, não importa. Poderia ser no nordeste, era a minha carreira que estava encerrando com um final feliz. Seria muito mais gratificante pra mim se fosse em Guarulhos”, explicou.
 
Ao falar sobre a prática esportiva na cidade, ela fez questão de lembrar as estruturas que o município disponibiliza para a prática esportiva e que atualmente estão deterioradas. Millene acredita que pelo atual estágio em que se encontra o esporte local, a cidade não possui mais espirito esportivo. A ex-atleta de handebol definiu o esporte guarulhense neste momento como triste e sem qualquer tipo de incentivo.
 
“Hoje eu acho triste o esporte em Guarulhos. Na minha época, os ginásios eram estruturados. Tínhamos a Ponte Grande, o ‘Thomeozão’, e ainda tinha o Fioravante. Me lembro que jogava as Olímpiadas Colegiais no João do Pulo lotado com mais de 80 colégios. Hoje tem meia dúzia. Perdeu o espírito esportivo. O que era mais gostoso é que você não precisa contratar jogadoras, você formava jogadores na própria cidade. As palavras que retratam é tristeza e pouco caso”, encerrou.

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