A CPI do Futebol resolveu aproveitar as duas partidas que a seleção brasileira fará em Brasília durante a Olimpíada e enviar convites para que o atual presidente da CBF, Marco Polo del Nero, e o ex-mandatário da confederação Ricardo Teixeira prestem depoimento no Senado. A seleção enfrenta a África do Sul, no dia 4 de agosto, e o Iraque, no dia 7, no Estádio Nacional Mané Garrincha.
“Tem que haver uma mudança urgente no futebol. Nós temos agora em mãos uma oportunidade grande de mudarmos um pouco a história do nosso futebol, principalmente no que se refere à moralidade”, disse o senador e ex-jogador Romário (PSB-RJ), autor dos convites.
Por se tratarem de convites, os cartolas da CBF não são obrigados a comparecer à CPI. Os dirigentes fazem o possível para não terem de enfrentar o colegiado. Del Nero depôs aos senadores uma vez, mas sob a ameaça de condução coercitiva da Polícia Federal, já que faltou duas vezes após intimação.
O convite é uma ideia do senador Romário para retomar os trabalhos da comissão, que estão interrompidos há mais de três meses após atuação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O peemedebista anulou a reunião que aprovou requerimentos de convocação (comparecimento obrigatório) do atual e do ex-presidente da CBF, além de outros nomes ligados a instituição.
Impedido de dar prosseguimento à investigação, Romário, que preside a CPI do Futebol, preferiu suspender a comissão. Ele aguarda a deliberação de um recurso sobre a decisão de Renan Calheiros que deve ser votado pelo plenário do Senado. Entretanto, para que o recurso seja apreciado, precisa ser colocado na pauta de votações, uma decisão que cabe apenas ao presidente do Senado e, aparentemente, não conta com o menor entusiasmo de Renan.